Operação no Jacarezinho terminou com 28 mortos em maio de 2021Arquivo / Reginaldo Pimenta / Agência O Dia
Publicado 04/07/2024 19:38
Rio - O Ministério Público Federal (MPF) emitiu uma recomendação, nesta quarta-feira (3), para que todos os cemitérios do Rio preservem as ossadas de 27 pessoas mortas durante a operação feita no Jacarezinho, na Zona Norte, em maio de 2021. Ao todo, a ação terminou com 28 óbitos, sendo considerada a mais letal da história do estado até o momento.
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A solicitação atendeu um pedido da Rede de Atenção à pessoas Afetadas pela Violência de Estado (Raave). O documento do MPF indica que os restos mortais estão à disposição da Justiça até que haja definição sobre a abertura de investigações federais sobre as mortes.
De acordo com o grupo, o objetivo da recomendação é assegurar que as ossadas possam ser periciadas caso o MPF decida pela federalização das investigações.
A operação Exceptis, nome oficial da ação do Jacarezinho, resultou na morte de 27 civis, se tornando a operação policial mais letal da história do Rio de Janeiro. De todos esses óbitos, apenas um se tornou processo judicial. A operação ainda registrou a morte do policial civil André Leonardo de Mello Frias.
A Raave pediu a federalização do caso em junho deste ano. Além da operação, a rede de atenção também quer que outros três casos, que estão sendo analisados pelo MPF, sejam analisados pela Justiça Federal.
"Em todos os pedidos, a Raave aponta que os arquivamentos e a estagnação das investigações de casos de assassinatos cometidos por agentes públicos vêm causando sofrimento e adoecimento as famílias atingidas, violando-as em seu direito constitucional à verdade, memória, justiça e reparação. Tais violações, por sua vez, se desdobram em danos incalculáveis à saúde física e psicossocial de milhares de pessoas", informou o grupo. 

A Raave é uma rede formada por grupos clínicos de atenção psicossocial, coletivos de familiares de vítimas da letalidade policial e instituições defensoras dos direitos humanos.
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