Corpo da jovem Camille Vitória Monteiro foi encontrado em área de mata, na BR-116, na Rodovia Rio-MagéReprodução / Arquivo Pessoal
Publicado 17/07/2024 14:08
Rio - O ex-policial militar Ednalvaro Maia Rocha, investigado por envolvimento na morte de Camille Vitória, de 21 anos, prestou depoimento e revelou que ela receberia R$ 2 mil para tirar fotos e vídeos que comprovassem a traição de uma mulher casada. Aos agentes, ele disse que a jovem aceitou a proposta porque precisava de dinheiro. Camille estava desaparecida desde o dia 5 de julho, quando saiu de casa para uma suposta entrevista de emprego no Centro do Rio. Seu corpo foi encontrado em uma área de mata na Rodovia Rio-Magé, na Baixada Fluminense, na terça-feira (16).

Segundo as investigações, a pessoa que ofereceu o serviço é João Domingos Valente, zelador do Sport Clube Anchieta, local muito frequentado pela desaparecida e onde se conheceram. Na delegacia, João disse que ofereceu esse serviço para Camille, após Ednalvaro ter lhe oferecido dinheiro pela indicação de uma mulher para o serviço. Ele revelou que o contratante seria uma terceira pessoa, identificada apenas como Fernando.

Em seu depoimento, o ex-policial militar confirmou que se encontrou com a jovem no dia 5 de julho e disse que estava no carro com ela e um motorista, que a levaria para fazer as filmagens. Segundo ele, durante o trajeto, na Rodovia Washington Luiz, um homem de terno entrou no veículo e sentou no banco do carona. Ednalvaro contou que poucos metros depois, ele saiu do carro e, em seguida, o homem de terno e Camille também desembarcaram.

De acordo com o relato, ele viu o homem colocando o dedo no rosto e agredindo a jovem com tapas na cara. Ele disse que, assustado com a situação, fugiu do local. Aos policiais, Ednalvaro contou que retornou ao mesmo ponto no dia seguinte e viu um corpo enrolado em um edredom. Com medo, ele correu e não avisou a ninguém.
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Com relação à motivação do crime, o ex-policial afirmou que a jovem teria dado um golpe em uma mulher envolvendo uma joia cara e teria armado a situação para chegar até nela. No entanto, a Polícia Civil não confirma a versão.
Após longas horas de depoimento, Ednalvaro foi convencido de levar os policiais da Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA) até o local da ocultação do cadáver. De acordo com a Polícia Civil, o corpo estava em avançado estado de decomposição e com as mesmas roupas usadas pela vítima no dia do desaparecimento. A Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF) foi acionada para a realização da perícia de local e o corpo removido para o Instituto Médico Legal de Teresópolis.
Na madrugada desta terça-feira (16), a Polícia Civil pediu a prisão cautelar de João e Ednalvaro ao Plantão Judicial da Capital, mas foi negado. De acordo com a decisão, as provas até o momento não são suficientes para indicar a autoria do crime. 

A jovem deixa três filhos, todos menores de idade, sendo o mais novo de apenas oito meses. O enterro de Camille está marcado para esta quarta-feira (17), às 15h30, no Cemitério de Ricardo de Albuquerque, na Zona Norte. 
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