Rio - A Polícia Civil encontrou o corpo da jovem Camille Vitória Monteiro, de 21 anos, nesta terça-feira (16), em uma mata na BR-116, Rodovia Rio-Magé, na Baixada Fluminense. A vítima estava desaparecida desde o dia 5 de julho, quando saiu de casa, em Anchieta, na Zona Norte, para uma suposta entrevista de emprego no Centro do Rio.
De acordo com a delegada Ellen Souto, responsável pelas investigações na Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA), o corpo estava em avançado estado de putrefação e estava com as mesmas roupas usadas pela vítima no dia do desaparecimento. Segundo as investigações, Camille recebeu uma proposta de trabalho para tirar fotos e vídeos para comprovar a traição de uma mulher casada. A pessoa que ofereceu o serviço, segundo a Polícia Civil, é João Domingos Valente, zelador do Sport Clube Anchieta, local muito frequentado pela desaparecida e onde se conheceram.
Na delegacia, João disse que ofereceu esse serviço para Camille, após um antigo amigo, Ednalvaro Maia Rocha, ter lhe oferecido dinheiro pela indicação de uma mulher para o serviço. Ele contou ainda que o contratante seria uma terceira pessoa ainda não identificada. João intermediou o encontro de Camille e Ednalvaro, conhecido como 'Nito' e ex-policial militar.
Nito teria levado Camille, na companhia de outros dois homens ainda não identificados, para ser morta. Após longas horas de depoimento, Ednalvaro foi convencido de levar os policiais da DDPA até o local da ocultação do cadáver. A Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF) foi acionada para a realização da perícia de local e o corpo removido para o Instituto Médico Legal de Teresópolis. Ainda não foi disponibilizado o laudo de necropsia com a causa da morte.
Na madrugada desta terça-feira (16), a Polícia Civil pediu a prisão cautelar de João e Ednalvaro ao Plantão Judicial da Capital, mas a Justiça negou.
A família de Camille iniciou as buscas pela jovem um dia depois do desaparecimento. Querendo respostas sobre o paradeiro dela, um grupo chegou a realizar uma manifestação em Anchieta, na sexta-feira (12). A suspeita de que a jovem tenha sido vítima de alguma emboscada aumentou quando a família teve acesso às últimas mensagens enviadas por Camille a uma tia.
"Vou te mandar um áudio aí, mas não precisa falar nada para ninguém. É só para disfarçar um negócio aqui", escreveu Camille, seguido do áudio: "Oi. Eu encontrei com uma amiga aqui no Centro, com a Nina. Aí eu vou ter que fazer um favor para ela em Campo Grande. Eu vou chegar um pouquinho tarde, tá?".
A jovem deixa três filhos, todos menores de idade, sendo o mais novo de apenas oito meses. Não há informações sobre o sepultamento de Camille Vitória.
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