Pai da criança, também ferido no ataque, comparece a roda de oração usando muletasLuiz Maurício Monteiro / Agência O Dia

Rio - Familiares e amigos do menino Arthur Henrique Lessa Farias, de 6 anos, baleado na cabeça durante uma briga de bar em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, se reuniram na noite desta terça-feira (16), em uma roda de oração em frente ao Hospital Municipalizado Adão Pereira Nunes (HMAPN), em Saracuruna, onde ele está internado. Mais cedo, o menino passou por uma cirurgia bem-sucedida e segue internado. 
Cerca de 70 pessoas se reuniram em frente à unidade de saúde por volta das 20h, pedindo pela recuperação do menino. A mãe de Arthur, Isabele Lessa, também participou da roda de oração e, muito abalada, falou que tem esperanças da recuperação do filho. "É uma sensação horrível, mas que isso demonstrou a fé que ele vai sobreviver", disse.
Segundo o tio do menino, Vinicius Lessa, ele foi atingido pelos disparos após tentar correr para se proteger. Arthur estava no interior de um bar, no bairro Pilar, quando criminosos encapuzados passaram atirando. Outras quatro pessoas ficaram feridas no ataque, incluindo o pai da criança. O crime aconteceu no domingo (14).
"Quando ele ouviu os primeiros disparos, tentou fugir, aí ele caiu no chão e foi baleado. Os últimos dias têm sido difíceis. Minha irmã está no hospital desde domingo, no quarto com o filho. Eu também tenho deixado de trabalhar para vir todos os dias acompanhar ela", detalhou o tio. 
Cerca de 70 pessoas se reuniram em frente à unidade na noite desta terça-feira (16) - Luiz Maurício Monteiro / Agência O Dia
Cerca de 70 pessoas se reuniram em frente à unidade na noite desta terça-feira (16)Luiz Maurício Monteiro / Agência O Dia
Ainda conforme o familiar, Arthur havia ido ao bar, que também é uma churrascaria, com o pai, Carlos Alberto Nascimento Farias, 26. No local, o responsável encontrou dois amigos, identificados como Alex e Douglas. Foi então que o ataque aconteceu. Há informações de que o alvo dos disparos teria sido um dos colegas de Carlos, devido a um envolvimento amoroso. 
"É a única churrascaria da região, todo mundo vai lá, é um lugar muito conhecido. Só fui porque foi um pedido do Arthur, ele gostava muito de lá. Momentos depois chegaram o Alex e o Douglas. O ataque aconteceu no momento em que eu levantei para pegar o meu celular que estava carregando nos fundos da churrascaria. Eu não vi nada", diz Carlos Alberto, que afirma desconhecer a verdadeira motivação do crime.
O tio do menino informou que a criança reagiu bem à cirurgia e que nesta quarta-feira (17), ou na quinta-feira (18), deve fazer uma tomografia. Segundo o familiar, dependendo do resultado, pode ser que o menino seja retirado da sedação.
Vítimas
Ian Barbosa de Carvalho, de 21 anos, atingido no tórax, abdômen e mandíbula, evoluiu para quadro estável nesta terça, e está respirando sem ajuda de aparelhos. Na segunda (15), após passar por cirurgia, ele estava em estado grave e entubado.

Douglas Augusto Vitório Silva, 32, ainda de acordo com o boletim médico, está "lúcido, orientado e estável". Ele foi atingido na mão e no braço esquerdo, e precisou passar por cirurgia devido a uma fratura exposta. Alex Marcelino do Nascimento, 30, tem o mesmo quadro de Douglas, apesar de ter sido baleado no abdômen e no membro inferior esquerdo.
Carlos Alberto Faria, 26, foi atingido de raspão na perna esquerda, passou por observação dos médicos, e recebeu alta ainda do domingo (14).