Daniel Sikkema conta que pediu divórcio de Brent Sikkema por uso excessivo de drogasReprodução/ Record TV
Publicado 22/07/2024 13:48
Rio - O ex-marido do galerista Brent Sikkema, morto em casa no Jardim Botânico, Zona Sul do Rio, e o assassino confesso, Alejandro Triana Prevez, têm versões diferentes sobre o crime cometido em janeiro deste ano. Alejandro acusa Daniel Sikkema de ter sido o mandante do homicídio. O ex-companheiro, no entanto, nega a acusação. Os dois foram ouvidos no programa "Domingo Espetacular" da Record TV deste domingo (21).
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Alejandro afirmou do presídio no Rio de Janeiro, onde cumpre pena, que se recorda da encomenda do assassinato. O cubano conta que, após o pedido, passou a receber remessas entre 500 e mil dólares sempre em nome de terceiros para que Brent fosse morto quando chegasse ao Brasil. "Ele [Daniel] me liga e diz: 'olha, eu tenho um trabalho pra você. Estou passando por um divórcio muito ruim e preciso que você mate meu ex-marido", contou Alejandro ao jornalista Roberto Cabrini.

Daniel Sikkema é cubano naturalizado americano. Ele trabalhou como garoto de programa até conhecer Brent Sikema, 22 anos mais velho. Os dois se casaram, tiveram um filho e viveram juntos por 14 anos. Segundo Daniel, o galerista não o deixava trabalhar para que ficasse cuidando da família. "Eu administrava a casa do Rio, a casa de praia, propriedades de Cuba, lavava roupa e passava", contou o ex-marido.

Apontado como mandante do crime, Daniel afirma que foi ele próprio quem pediu o divórcio, motivado pelo suposto uso excessivo de drogas por Brent. "Nossa vida foi uma maravilha durante 12 anos. Depois, começamos a ter problemas, mas continuei por dois anos. Ele decidiu começar a usar muitas drogas, destruiu nossa família e sua vida. Eu decidi pela separação. Tinha muito medo porque ele ficava muito violento quando estava drogado", contou o réu ao programa de TV.

Com prisão preventiva decretada no Brasil, Daniel é acusado de ter prometido 200 mil dólares, bem como ter fornecido auxílio financeiro, as chaves da residência de seu ex-marido e a rotina dele no Brasil, para que o antigo funcionário do casal cometesse o crime. De acordo com as investigações, o crime teria sido motivado por desavenças quanto à divisão patrimonial após o divórcio dos dois. A prisão preventiva do acusado foi mantida pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) em um julgamento de habeas corpus no último dia 17.

O cubano de 31 anos Alejandro Prevez contou que trabalhou por cerca de um ano e meio com Daniel. "Meu trabalho era cuidar dos arredores e dentro da casa para que não acontecesse nada. Eu conhecia Daniel Sikkema. Nunca tinha visto o Brent", completou. O executor afirmou que Daniel lhe contava coisas ruins sobre a vítima com o objetivo de manipulá-lo. "Ele me contava tudo isso para de alguma forma me manipular. Para chegar o momento de eu ter raiva de Brent", afirmou.
O ex-marido, no entanto, nega a informação e reconhece ter revelado algum assunto da intimidade do casal somente uma vez. "Talvez um dia ele tenha me ligado e eu estava irritado por algo e lhe contei. Alejandro não era meu amigo, nem meu confidente, era um empregado que tínhamos em Cuba e eu lhe devia dinheiro". Em outra contradição, Alejandro diz que não havia nenhuma dívida entre os dois.
A advogada que cuidava dos bens de Brent no Brasil, Simone Nunes, foi quem o encontrou morto em casa. Ela conta que com a separação, Brent mandou uma terceira pessoa trocar as fechaduras da casa. "Não sei dizer como seria possível o Alejandro conseguir as novas chaves. Tinha senha para entrar [no imóvel]. Era uma casa vulnerável", completou.

Daniel cumpre prisão domiciliar nos Estados Unidos e utiliza uma tornozeleira eletrônica. Ele foi preso por fraude de passaporte, mas foi liberado mediante fiança. Apesar da perícia ter identificado 18 facadas no tórax e no rosto do galerista, Alejandro afirma que deu quatro facadas na vítima.
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