Alejandro confessou participação no crime e afirmou que agiu a mando do ex-marido da vítimaReprodução

Rio - O cubano Alejandro Triana Prevez, preso pela morte do galerista americano Brent Sikkema, mudou sua versão em novo depoimento. O rapaz confessou o crime e afirmou que agiu a mando do ex-marido da vítima, Daniel García Carrera. Inicialmente, o caso era tratado como latrocínio, roubo seguido de morte. Alejandro contou que Daniel prometeu pagar US$ 200 mil (cerca de R$ 1 milhão) para matar o galerista.
Na nova versão, Alejandro disse, ainda, que Daniel enviou uma cópia da chave da casa em que Brent morava no Jardim Botânico, na Zona Sul do Rio, através de uma empresa de logística. Dessa forma, ele conseguiu entrar na casa sem resistência. A informação sobre o mandante da morte foi passada aos policiais da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) durante o segundo depoimento de Prevez, na semana passada. 
O cubano contou que Daniel tinha receio de que um novo relacionamento de Brent pudesse prejudicar a divisão de bens no divórcio. Além disso, segundo Alejandro, o ex-marido do galerista disse que recebia valores baixos de pensão e que Brent gastava muito dinheiro com drogas, festas e garotos de programa.

Após a nova versão apresentada pelo cubano, tanto a Polícia Civil quanto o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) pediram a prisão preventiva de Daniel. A polícia já havia abordado a possibilidade da existência de um mandante do assassinato.
Em nota, a Polícia Civil informou que a Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) concluiu o inquérito na última quarta-feira (7). A especializada indiciou Alejandro como autor do assassinato e o ex-companheiro da vítima como autor intelectual e principal interessado no crime.

Brent, de 75 anos, foi encontrado morto com 18 facadas em sua casa no Jardim Botânico no último dia 15. Segundo a polícia, a arma não estava na casa da vítima. Alejandro foi preso três dias depois, em um posto de gasolina na BR-050, entre as cidades de Uberaba e Uberlândia, em Minas Gerais. Com ele, a polícia encontrou R$ 30 mil dólares.
Quem era o galerista
Brent Sikkema era sócio-proprietário de uma famosa galeria de arte em Nova Iorque, a Sikkema Jenkins & Co. Ele começou a trabalhar com galerias de arte em 1971, como diretor de exibições na Visual Studies Workshop, uma organização sem fins lucrativos para educação artística. O empresário abriu sua primeira galeria em Boston, em 1976. Em 1991, fundou a Wooster Gardens, atualmente Sikkema Jenkins & Co. Desde 2003, ele e Michael Jenkins, com quem trabalhou em diversos projetos artísticos no local, eram sócios do espaço.