Brent Sikkema, de 75 anos, foi encontrado sem vida em apartamento na Zona SulReprodução

Rio - O galerista americano Brent Sikkema foi morto com 18 facadas, sendo a maioria das perfurações no rosto e no tórax. As informações foram confirmadas pela Polícia Civil em entrevista coletiva nesta quinta-feira (18). O suspeito do crime, Alejandro Triana Trevez, foi preso nesta madrugada em um posto de combustíveis entre as cidades de Uberaba e Uberlândia, em Minas Gerais.
"Foi uma ação extremamente cruel e premeditada, ele ficou mais de 12 horas esperando o melhor momento para entrar na residência da vitima. Ficou cerca de 15 minutos dentro da casa e efetuou 18 perfurações, no tórax e no rosto. Ele subtraiu 30 mil dólares, mais 40 mil reais, além de objetos e joias. Depois, entrou no carro e retornou a São Paulo", disse o delegado Felipe Curi, diretor do Departamento-Geral de Homicídios e Proteção à Pessoa (DGHPP).
De acordo com as investigações, o caso é tratado como um latrocínio, no entanto, a possibilidade de um homicídio não foi descartada pela polícia já que, segundo testemunhas, o autor do crime a vítima se conheciam. "Não temos dúvida de que foi premeditado, a dúvida que vai ser esclarecida é se o objetivo do Alejandro foi roubar ou se tinha outra finalidade. Já sabíamos que o autor esteve aqui no Rio no meio do ano passado e a vítima também esteve e, segundo uma testemunha, eles teriam se encontrado", disse Alexandre Herdy, delegado titular da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC).
Ainda segundo a polícia, Alejandro foi cauteloso na ação criminosa pois não arrombou a porta do americano. Ele optou por uma chave mista e ainda deixou o ar-condicionado do quarto ligado. "Nos chamou a atenção ele ter mantido o ar-condicionado ligado, provavelmente pra postergar os efeitos recorrentes de uma morte, consequentemente, chamaria menos atenção na região em que as casas são bastante próximas", explicou Herdy.
Brent tinha 75 anos e era sócio-proprietário de uma famosa galeria de arte em Nova Iorque, a Sikkema Jenkins & Co. Seu corpo foi encontrado por sua advogada com marcas de perfurações dentro da própria casa, no Jardim Botânico, Zona Sul do Rio. Segundo a polícia, a arma não estava na casa da vítima. 
Pelas redes sociais, a galeria se despediu de seu fundador. "É com muita tristeza que a galeria comunica o falecimento do nosso amado fundador, Brent Sikkema. A galeria chora esta enorme perda e continuará em seu espírito", informa a postagem.
Ele começou a trabalhar com galerias de arte em 1971, como diretor de exibições na Visual Studies Workshop, uma organização sem fins lucrativos para educação artística. O empresário abriu sua primeira galeria em Boston, em 1976. Em 1991, fundou a Wooster Gardens, atualmente Sikkema Jenkins & Co. Desde 2003, ele e Michael Jenkins, com quem trabalhou em diversos projetos artísticos no local, eram sócios do espaço.