Alan Salles estava trabalhando no momento do acidenteReprodução / Redes Sociais
Publicado 23/07/2024 16:15
Rio - O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) denunciou, nesta terça-feira (23), o taxista Eduardo Henry Nogueira Gripp  pela morte do motoboy Alan Rodrigues Sales. A 4ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal Territorial da área Méier e Tijuca acusa o suspeito pelo crime de homicídio doloso, com motivação fútil, tornando impossível a defesa da vítima. 
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No dia 9 deste mês, a 20ª DP (Vila Isabel) concluiu que houve homicídio por dolo eventual, quando se assume o risco de causar a morte. A distrital, no entanto, não representou o pedido de prisão, e encaminhou o relatório para o MPRJ. Segundo o delegado Leandro Gontijo, da 20ª DP (Vila Isabel), não houve dúvidas de que o motorista assumiu o risco de matar Alan. 
A briga teve início após o motoboy bater com a mochila no retrovisor do táxi e ser perseguido pelo motorista, na noite do dia 31 de maio, na Rua Teodoro da Silva, em Vila Isabel, Zona Norte. Em depoimento, o acusado alegou que queria resolver o prejuízo. Após bater com o carro na moto da vítima, Eduardo fugiu do local sem prestar socorro. Ele disse que ficou com medo de parar e ser linchado por grupos de motociclistas.
O suspeito disse que não tinha pretensão de causar nenhum mal a Alan. Imagens disponibilizadas pelo próprio motorista mostram o momento em que o carro dele atingiu a motocicleta pilotada pela vítima. No vídeo, é possível ver que o motoboy sinalizou que ia encostar a moto. Para a família de Alan, o crime teria sido proposital.
Depoimento
O motorista disse à Polícia Civil que, naquela noite, Alan esbarrou com a moto no retrovisor do seu carro, causando um forte impacto. Ele então, disse que passou a seguir o motoboy, piscando o alerta do carro, na tentativa de tentar parar e resolver o prejuízo. Eduardo afirmou que o rapaz teria diminuído a velocidade antes da Rua Emília Sampaio, mas tornou a acelerar logo em seguida, na Rua Teodoro da Silva, cruzando a pista para a direita.
Ele conta que, ao olhar para o retrovisor da direita, a fim de ver se poderia virar na pista sem colidir com outro veículo, Alan diminuiu a velocidade da moto muito rápido, e que ao olhar para a frente novamente, ele tentou frear mas acabou atingindo o veículo do rapaz. O taxista afirmou que, por reflexo, virou o volante para a esquerda, e que não viu o que o rapaz havia caído no chão.
Ainda em depoimento, Eduardo Henry contou que olhou o retrovisor e viu a moto de Alan no chão, que pensou em voltar e ver o que aconteceu, mas que ficou muito "nervoso" com a situação. O Dia tenta localizar a defesa do acusado, o espaço segue aberto.
Imagens de dentro do táxi
Imagens gravadas de dentro do táxi de Gripp mostram que o motoboy Alan Rodrigues Sales sinalizou que iria parar a moto antes de ser atingido pelo motorista.
O vídeo mostra o momento em que Alan sinaliza para Eduardo que iria encostar a moto na direita. Eduardo então acelera e atinge a vítima. Foi então que o motoboy caiu e atingiu um poste, morrendo no local. As imagens ainda mostram o taxista fugindo do local.
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