Câmera registra execução de homem em Vargem Grande, na Zona Oeste do RioReprodução
Publicado 14/08/2024 15:20
Rio - Márcio Pereira de Andrade, acusado de assassinar a tiros Carlos Alberto Nascimento Machaites, de 39 anos, em maio, foi preso nesta quarta-feira (14), em Cabo Frio, na Região dos Lagos. Vítima foi abordada pelo criminoso a 50 metros de casa, em Vargem Grande, na Zona Oeste.
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O crime aconteceu em maio na Rua Manhuaçu. Imagens de uma câmera de segurança mostram que Márcio desceu de um carro prata e, com uma arma em punho, apontou para o homem. Carlos, que segurava um saco de lixo preto, soltou o objeto, levantou as duas mãos imediatamente e virou de costas.
O criminoso então, se aproximou da vítima e em menos de cinco segundos fez vários disparos na cabeça da vítima. O bandido entrou no carro e fugiu com a ajuda de um comparsa que o aguardava dentro do veículo. Nenhum pertence de Carlos foi levado, o que reforçou a hipótese dele ter sido alvo de execução. O homem usava uma pulseira e um cordão de ouro.
Contra o executor, foram cumpridos dois mandados de prisão. Um pelo homicídio e outro por tráfico de drogas. A prisão foi realizada por agentes da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC).

Segundo o apurado, o veículo usado no crime pertence a Phelipe Silva de Andrade. As investigações apontam que ele seria o motorista no momento da execução. O homem segue foragido.
Condenação por tráfico de drogas
Carlos Alberto Nascimento Machaites foi condenado, em 2019, a 16 anos e quatro meses de prisão pelo crime de tráfico de drogas depois de ser preso em flagrante, no ano anterior, em Volta Redonda, no Sul Fluminense. 
Segundo as investigações da época, ele estava em um carro junto com outro homem transportando 2kg de cocaína de São Paulo, onde morava, até o município onde foi detido. O veículo foi abordado em uma oficina, onde a droga seria retirada para ser levada até o bairro Santa Cruz, dominado pelo Comando Vermelho (CV).
Durante o processo, Carlos negou o crime e disse que não sabia que a droga estava no carro. Ele afirmou que estava na cidade para uma entrega de roupas.
Contudo, as provas colhidas pela investigação, como a quebra de seu sigilo telefônico, disseram o contrário. Agentes da 93ª DP (Volta Redonda) encontraram fotos de tabletes e de sacolés de cocaína, além de imagens e vídeos de drogas sintéticas, bem como de armas, no celular do homem. Os policiais também acharam diálogos referentes a negociações de drogas e joias roubadas e até mesmo uma menção ao assassinato de alguém e a necessidade de um álibi para Carlos Alberto.
"Os diálogos travados entre os réus Lucas e Carlos Alberto deixam estreme de dúvidas a associação estável e permanente entre os mesmos para a prática do crime de tráfico de drogas. Vale dizer, o teor de suas conversas não deixa margem de dúvida de que a prática, por parte dos referidos réus, do crime de tráfico ilícito de entorpecentes não era de forma isolada na data dos fatos, mas, ao revés, de forma estável e inegavelmente duradoura. Cabe ressaltar, também, que a disponibilidade dos réus de se deslocarem mais de trezentos quilômetros, entre São Paulo e Volta Redonda, transportando uma carga de dois quilos de cocaína demonstra que não se tratam de traficantes principiantes", escreveu o juiz Maurício Magnus na época.
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