Publicado 22/08/2024 13:08
Rio - A Polícia Civil e a Secretaria de Ordem Pública (Seop) realizaram, nesta quinta-feira (22), o sexto dia da operação contra lavagem de dinheiro do tráfico no Complexo da Maré, na Zona Norte. Com objetivo de dar continuidade às demolições de prédios de luxo construídos irregularmente, a ação impactou o funcionamento das escolas da rede estadual e deixou cerca de 900 estudantes sem aula.
PublicidadeEste é o quarto dia seguido da operação, que já demoliu 24 prédios somente nesta semana, nas regiões da Nova Holanda, Parque União e Parque Rubens Vaz. Desde que começou, na semana passada, 133 prédios foram descaracterizados, segundo a Polícia Civil.
Para garantir a segurança de alunos e funcionários durante as ações desta quinta (22), as aulas nos Centros Integrados de Educação Pública (Ciep) César Pernetta e João Borges foram canceladas, de acordo com a Secretaria Estadual de Educação (Seeduc).
Já a Secretaria Municipal de Educação (SME) informou que todas as 46 unidades da rede municipal no Complexo da Maré estão abertas e funcionando normalmente.
No início da tarde desta quinta (22), moradores do Parque União fizeram uma manifestação. Este é o quarto dia seguido sem aulas devido a operação na Maré. Na quarta-feira (21), cerca de 26 escolas precisaram interromper o funcionamento nas comunidades, afetando cerca de 9 mil alunos.
Imóveis de luxo
No dia 13 de agosto, agentes da Polícia Civil localizaram imóveis de luxo que eram usados por traficantes. Dentre eles, duas coberturas, avaliadas em R$ 5 milhões, chamaram a atenção. Uma delas possuía dois andares, acabamento em mármore e porcelanato, além de uma grande área de lazer, com churrasqueira e uma piscina de 40 mil litros de água.
Já a segunda era um quadriplex com acabamento de luxo, jacuzzi e closet, escadas com lâmpadas de led automático, além de uma piscina com cascata e churrasqueira. No térreo da unidade os agentes encontraram um quarto com dezenas de caixas de vinho e champanhe.
As investigações da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) apontam que a região do Complexo da Maré vem sendo utilizada há anos, por meio da construção e abertura de empreendimentos, para lavar o capital acumulado com o comércio de drogas.
Todos os imóveis foram erguidos sem nenhuma autorização da Prefeitura e não possuem responsável técnico pelas obras. Engenheiros da Prefeitura estimam prejuízo de R$ 30 milhões aos responsáveis pelas construções.
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