Publicado 22/08/2024 16:01
Rio – Otávio do Nascimento de Andrade, de 21 anos, foi sepultado no início da tarde desta quinta-feira (22), no Cemitério São Francisco Xavier, no Caju, Zona Norte do Rio de Janeiro. De acordo com informações iniciais, o jovem foi encontrado morto no Elevado do Joá, na Zona Sul, na manhã de terça (20), com sinais de violência.
PublicidadeO velório começou por volta de 11h30 e contou com a presença de familiares e muitos amigos de Otávio, todos nitidamente abalados. Os presentes usavam uma camiseta em homenagem a Otávio, com uma foto do rapaz e um trecho da música 'Gostava tanto de você', de Tim Maia, que diz: "Nem sei porque você se foi; quantas saudades eu senti; e de tristezas vou viver; e aquele adeus, não pude dar".
Procurado pelo DIA, Fabrício Gomes Lima, primo da vítima, desabafou: "Infelizmente, passar por isso é muito ruim. Estava um clima muito pesado, muito triste. Espero nunca passar por isso novamente".
Nas redes sociais, o sentimento de incredulidade também é absoluto. Por meio da #justiçaporOTAVIOANDRADE, comentários no X (antigo Twitter) pedem justiça, dizem que o caso "não vai ficar impune", garantem que os amigos "vão lutar até o fim" por Otávio e negam que o jovem tivesse comparecido a um "encontro misterioso" no domingo (18), quando desapareceu.
Suspeita de homofobia
A indignação de parentes e amigos aumenta devido à suspeita deles de que o rapaz teria sido alvo de homofobia. Fabrício Gomes Lima pensa que o ódio contra o público LGBT+ deva ser uma possibilidade considerada: "Ele não tinha inimigos, não era uma pessoa ruim, era uma pessoa pura, e hoje no Brasil a homofobia está muito forte, então eu acredito que possa ter sido isso".
Já um amigo, que preferiu não se identificar, relatou à reportagem desconhecer um relacionamento amoroso atual de Otávio, que também não havia falado sobre ameaças. O jovem, no entanto, acredita em um "ataque homofóbico".
Desaparecimento a caminho de casa
Otávio estaria desaparecido desde a noite de domingo, quando saiu da casa de um amigo, que o deixou em um ponto de ônibus de São Conrado, rumo à comunidade da Muzema, na Zona Oeste, onde morava. A Polícia Militar afirmou que não foi acionada para o caso.
Na mesma noite, teve início nas redes sociais uma campanha em busca de notícias. A família foi avisada pelo Hospital Miguel Couto, no Leblon, que o jovem teria dado entrada na unidade através do Serviço Móvel de Urgência (Samu). Procurada, a Secretaria Municipal de Saúde informou apenas que o rapaz não resistiu aos ferimentos e que detalhes são restritos aos familiares.
A Polícia Civil se limitou a informar que o caso foi registrado na 14ª DP (Leblon) e, em seguida, encaminhado à 16ª DP (Barra da Tijuca), que realiza diligências para esclarecer os fatos.
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