Publicado 23/08/2024 12:30 | Atualizado 23/08/2024 13:06
Rio - Profissionais de educação de escolas municipais do Complexo da Maré, na Zona Norte, protestaram, na manhã desta sexta-feira (23), contra a abertura das unidades em meio às operações que acontecem pelo quinto dia seguido na comunidade. O ato ocorreu em frente à prefeitura do Rio, em paralelo a outra manifestação que reuniu moradores no entorno do Parque União pelo fim da demolição de um condomínio de luxo, com cerca de 40 imóveis, que segundo investigações foi construído pelo tráfico.
Segundo a Secretaria Municipal de Educação (SMS), 24 escolas municipais ficaram fechadas na segunda (19), terça (20) e quarta-feira (21) na Maré. Enquanto na quinta (22) e nesta sexta (23), as unidades reabriram em horários alterados. Neste ano, já foram 25 dias letivos com ao menos um colégio fechado na região.
PublicidadeSegundo a Secretaria Municipal de Educação (SMS), 24 escolas municipais ficaram fechadas na segunda (19), terça (20) e quarta-feira (21) na Maré. Enquanto na quinta (22) e nesta sexta (23), as unidades reabriram em horários alterados. Neste ano, já foram 25 dias letivos com ao menos um colégio fechado na região.
Ao DIA, a diretora do Sindicato Estadual de Profissionais de Educação do Rio (Sepe), Samantha Guedes, explicou que o conjunto dos profissionais está com medo de ir às instituições em meio às ações policiais, porque as operações colocam em risco de morte não só alunos, como os professores e moradores.
"É preciso suspender as operações policiais. E que a secretaria de Educação não rasgue o protocolo construído pelo conjunto das unidades junto a comunidade escolar, como fez ontem, em que a própria SME impôs arbitrariamente a abertura das escolas/creches e EDIs. Queremos garantia do respeito à decisão do fechamento das unidades quando que tiver operação. Com reposição de conteúdo online. Que mesmo assim estará comprometido porque todos ficam nervosos e estão debaixo de tiro em suas casas", disse.
Ainda no protesto , professores carregaram cartazes com frases como: "Educador não tem peito de aço" e "Basta de operação nas comunidades". Em coro, os profissionais também gritavam repetidamente: "Com operação, não tem educação".
Por meio de nota, o Sepe reforçou que exige providências imediatas para resguardar a vida de professores, funcionários e alunos.
O que diz a Secretaria Municipal de Educação sobre a abertura?
Procurada, a pasta informou que a abertura ou fechamento das escolas é conduzida pela Secretaria seguindo o protocolo Acesso Mais Seguro, em parceria com a Cruz Vermelha Internacional, o qual envolve critérios técnicos como o monitoramento permanente da situação em cada território e a atualização das forças policiais
"Com base nisso, a dinâmica das operações policiais na Maré foi avaliada diversas vezes ao longo de cada dia desta semana com diversas atualizações. Cada dia apresentou uma dinâmica diferente, razão pela qual a Secretaria, seguindo o protocolo, adotou procedimentos específicos de acordo com as especificidades ocorridas em cada um dos dias de operação policial", esclareceu em comunicado.
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