Publicado 26/08/2024 16:45
Rio - Familiares do bombeiro Tales Santos da Silva, de 50 anos, que foi baleado ao reagir a um assalto em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, estiveram no Hospital Geral da cidade, na tarde desta segunda-feira (26), para acompanhar a evolução do seu quadro de saúde depois da realização de uma cirurgia. O militar, atingido no abdômen, tórax, coxa e braço, segue internado em estado grave.
PublicidadeAo DIA, o professor Hudson Santos da Silva, de 46 anos, irmão de Tales, contou que recebeu a notícia sobre o familiar como se fosse um soco no estômago. O homem destacou que só conseguiu relatar a situação para a mãe quando teve a confirmação de que o parente chegou vivo no Hospital Geral de Nova Iguaçu (HGNI).
"Foi um super soco no estômago. Foi mais difícil dar a notícia para a mamãe. A partir da informação de que ele tinha chegado vivo, eu pude contar. Não poderia contar que o filho dela estava morto. Pro meu pai foi mais simples, pois eles tem têm personalidades muito distintas. Ele entrou para ver e isso é muito tranquilizante, pois ele viu o filho dele vivo, respirando mesmo muito vago ainda, se movendo, diante dos seus olhos", contou.
Hudson destacou que o irmão foi atingido em quatro regiões do corpo por cinco tiros depois dele reagir a um assalto no bairro Valverde, ainda em Nova Iguaçu, na manhã deste domingo (25). O crime aconteceu há 10 minutos de onde o bombeiro mora. Apesar dos ferimentos, a família segue esperançosa sobre sua melhora.
"A moto fechou o carro dele e o cara foi no lado dele com a arma. Ele não tinha outra opção, então ele troca de tiro, sai do carro se arrastando e troca tiro de novo à queima roupa. Ele se abriga em uma loja, que fica ao lado de uma oficina de motos. Essas pessoas socorreram ele. Logo depois passou uma equipe do 20º BPM (Mesquita), os populares a chamaram e eles ajudaram a socorrê-lo. Estamos devastados, mas cheios de esperança. A gente precisa de fé e de Deus nessa circunstância", completou.
Na ocasião, testemunhas informaram que dois criminosos em uma moto abordaram o bombeiro, que reagiu e conseguiu balear um dos suspeitos, que ainda assim fugiram com o veículo do militar. A moto utilizada por eles foi deixada no local.
O professor ainda pediu que o caso não fique impune e que os envolvidos sejam presos. De acordo com a Polícia Civil, agentes da 56ª DP (Comendador Soares) realizam diligências para identificar e localizar os autores do crime.
Doações de sangue
Segundo Hudson, o socorro imediato de seu irmão foi circunstancial para que ele continuasse vivo. Tales deu entrada no HGNI e passou por cirurgia imediatamente. No local, o militar recebeu quatro bolsas de sangue. A família iniciou uma campanha de doação para que possa ajudá-lo.
"O banco de sangue deu quatro bolsas para transfusão do meu irmão. É mais um elemento que contribuiu para salvar a vida dele. Os bancos vivem pela solidariedade e o meu irmão está cercado disso, então vamos estender. Algumas pessoas já chegaram aqui. Tem os colegas dele do Corpo de Bombeiros e a minha irmã. A gente ainda não chegou as oito bolsas que o banco nos pediu de apoio, mas além dessas bolsas, ele pode vir a precisar de mais. Que a gente mantenha os níveis dos nossos bancos de sangue em patamares seguros para que a gente possa salvar outras pessoas, como aconteceu com o meu irmão", disse.
Atualmente, Tales segue internado no Centro de Terapia Intensiva (CTI) do Hospital Geral de Nova Iguaçu em estado grave, pós-cirurgia.
As doações para o bombeiro podem ser realizadas no próprio hospital de segunda a sábado, das 7h30 às 18h. Na cidade do Rio, há a possibilidade de doação nos bancos de sangue Serum localizados na Avenida Marechal Floriano, no Centro, e na Avenida Ayrton Senna, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste. Ambos os locais recebem sangue todos os dias das 7h às 18h.
Ainda existe uma clínica na Rua Doutor Paulo Hervê, em Petrópolis, na Região Serrana, que também recebe as doações todos os dias, das 7h às 18h.
*Colaboração do estagiário Gabriel Rechenioti, sob supervisão de Iuri Corsini
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