Cláudio Castro participa de reunião de gabinete de crise criado para combater alta de incêndios florestais no RioRenan Areias/ Agência O Dia
Publicado 16/09/2024 13:02
Rio - O Governo do Rio investiga se os incêndios que atingiram o estado na última semana foram criminosos. Durante reunião com órgãos estaduais no Centro Integrado de Comando e Controle (CICC), na Cidade Nova, na Região Central, nesta segunda-feira (16), o governador Cláudio Castro anunciou que mais de 20 pessoas são investigadas e que mandados já foram pedidos à Justiça. A expectativa é que nesta semana alguns envolvidos sejam presos.

"Já temos uma investigação policial muito robusta nesse sentido, alguns mandados já sendo buscados na Justiça. Vídeos, gravações que mostram realmente pessoas ateando fogo, incêndios criminosos. A gente espera que ao longo dessa semana já tenhamos prisões", afirmou Castro, que não detalhou em que locais as ações criminosas aconteceram. 
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De acordo com o governador, desde a criação do Gabinete de Crise, na última quinta-feira (12), o Corpo de Bombeiros extinguiu 1.280 incêndios florestais. Somente no domingo (15), foram 186 combates nos 187 focos registrados em vegetação. Nesta segunda-feira, há ainda 12 ocorrência em andamento. Desde o dia 12 e até às 6h de hoje, foram usados mais de 380 mil litros de água no combate às chamas e mais de 60 horas de voo nas áreas afetadas. 
"Continuamos com todas as nossas equipes na rua, trabalhando, ainda que o retrato de hoje já seja bem melhor do que dos últimos dias. Não descansaremos enquanto não tivermos todos os incêndios controlados, mas também a certeza de que não teremos mais incêndios, sobretudo os incêndios criminosos", declarou o governador. O pico de incêndios ocorreu na última quinta-feira, quando somente naquele dia foram registradas 460 ocorrências e, segundo Castro, já foi verificada uma redução.
No fim de semana, áreas de conservação do Instituto Estadual do Ambiente (Inea) foram fechadas por conta das queimadas e não há novos registros nesta segunda-feira. Os espaços vão permanecer fechados por cerca de cinco dias, para garantir que não ocorram novos focos de fogo, e só serão liberados após análise do Inea e da Secretaria de Estado do Ambiente. Ao longo de 2024, os bombeiros foram acionados para mais de 17 mil ocorrências de incêndios florestais, enquanto 2023 registrou cerca de 8,3 mil casos. 
Crise hídrica
A reunião contou com a presença dos secretários da Defesa Civil e Corpo de Bombeiros, coronel Tarciso Salles, de Segurança, Victor Santos, e do secretário de Meio Ambiente, Bernardo Rossi, bem como de representantes da Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae) e de concessionárias dos serviços de água, saneamento e energia. No encontro, foi debatida a crise hídrica que pode afetar municípios da Região Metropolitana. 
O governador explicou que, por conta da estiagem nos rios que abastecem o sistema Imunana-Laranjal da Cedae, cerca de dois milhões de moradores de cidades como Niterói, São Gonçalo, Itaboraí e Maricá já sofrem com restrição no abastecimento. A companhia já reduziu cerca de 10% do fornecimento, mas pode haver ainda mais, caso a situação dos rios se agrave. A expectativa é de que melhorias comecem a ocorrer a partir de outubro. 
Para evitar que a população dessa região sofra com a falta d'água, já foram adquiridos carros-pipa e outras ações estão sendo adotadas em um plano de contingência, até que a estiagem acabe. Outros sistemas da Companhia, como o Guandu, que abastace a capital do Rio e municípios da Baixada Fluminense, não foram afetados até o momento. De acordo com o governador, o objetivo é evitar uma crise hídrica. 
"A gente já está trabalhando nessa questão da estiagem para não criar uma crise hídrica (...) É algo que antes que se agrave, já estamos trabalhando. E hoje, essa conversa foi fundamental para que a gente pudesse achar soluções, como carro-pipa, de empresas que fornecem, ações de contingência, de publicidade, para que a gente possa mitigar os efeitos dessa crise hídrica, que é no Brasil todo, não só no Rio de Janeiro. É fundamental que a gente trabalhe nisso, para que a população sofra o mínimo possível". 
 
 
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