Mulher de Joãozinho Fernandes foi amparada por familiares no IML de Nova IguaçuRenan Areias/Agência O Dia
Publicado 25/09/2024 11:21
Rio - Familiares do candidato a vereador morto a tiros em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, revelaram que João Fernandes Teixeira Filho, de 48 anos, havia sido ameaçado, mas não acreditava que poderia sofrer um atentado. A mulher, a cunhada e a sogra de Joãozinho Fernandes, como era conhecido, estiveram no Instituto Médico Legal (IML) da cidade, na manhã desta quarta-feira (25), para liberar o corpo. Elas disseram acreditar que a vítima, que também era empresário, possa ter sido alvo de um ataque político.
Publicidade
O caso aconteceu na noite desta terça-feira (24), quando Joãozinho distribuía panfletos da campanha na Rua São Jorge, no bairro Cacuia, com duas mulheres. A cunhada Verônica Santos conta que a companheira do candidato também acompanhava o trabalho do marido, mas havia se afastado momentos antes dele ser alvo dos disparos. O filho do casal, que costumava seguir o pai, também não estava no local. O Corpo de Bombeiros chegou a ser acionado, mas o político foi encontrado já sem vida. 
"Ele estava tranquilo, era uma campanha limpa, com poucos recursos, no 'boca a boca' pedindo (votos) para população e todo mundo abraçando ele. Ele já trabalhou para outros candidatos, mas essa era a primeira eleição como candidato", contou a cunhada. A familiar disse acreditar em motivação política e que a vítima sofreu ameaças, detalhadas pela companheira dele em depoimento à Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF).
"Era um sonho que ele tinha ser vereador da cidade de Nova Iguaçu, ele era nascido e criado aqui. Ele não acreditava (que um ataque poderia acontecer), tiveram várias revelações de pastores falando sobre morte, tiros nele, e ele não acreditou". A cunhada não revelou quais ameaças ele sofreu e os autores, mas disse que a Polícia Civil já investiga o caso. "A gente espera justiça, que a polícia encontre quem fez isso com ele. A gente quer justiça, ele estava trabalhando, lutando por um ideal, por um sonho", completou. 
A sogra, Helena Santos, afirma que João, além de empresário, era considerado um líder político, já que há anos atuava no meio e sempre ajudava a população, em especial do bairro Cacuia, onde foi criado. "Era uma pessoa super do bem, alegre, divertida. Não era porque ele estava na campanha agora que ele se tornou essa pessoa boa (...) Então, a gente está sem entender o porquê de tanta violência, a não ser o fato dele agora ter entrado para a campanha. Ele era um líder político e a gente não entende. A gente agora quer justiça, porque ele não merecia ter morrido da forma como morreu", lamentou. 
No ataque, as duas mulheres que trabalhavam com o candidato foram baleadas. Célia Regina da Silva Faria, de 64 anos, foi socorrida com ferimentos no ombro esquerdo para o Hospital Geral de Nova Iguaçu e recebeu alta médica na madrugada desta quarta-feira. Já Joilma Melo de Oliveira, 52, atingida na região dorsal, à esquerda, precisou passar por uma cirurgia de emergência na unidade. A vítima está em fase pós-operatória e o estado de saúde é estável. 
O sepultamento de João acontece às 16h45, no Cemitério Municipal de Nova Iguaçu. O candidato deixa a mulher e dois filhos de 10 e 20 anos. "Ele era uma pessoa muito extrovertida, alegre, de bem com a vida. Ele estava super feliz com essa possibildade de se tornar vereador, estava muito empolgado. A gente estava lutando, batalhando, cada dia fazendo um vídeo, tentando ajudar. Ele não merecia isso. Foi muito triste dar a notícia para o meu sobrinho, que perdeu o pai com 10 anos", desabafou Verônica.
Procurado por O DIA, o Avante - partido pelo qual o candidato concorria às Eleições Municipais 2024 - ainda não se pronunciou sobre o caso. O espaço está aberto para manifestação. 
Leia mais