Glayce Kelly, moradora de Olaria, relata que louça suja acumulada é um dos principais transtornos decorrentes da falta d'águaArquivo pessoal
Publicado 25/09/2024 17:09 | Atualizado 25/09/2024 18:10
Rio – Moradores de diferentes bairros da Zona Norte do Rio de Janeiro, que já vinham enfrentando uma saga marcada por seguidas interrupções no abastecimento de água, viveram mais um episódio desagradável na manhã desta quarta-feira (25). E, como não poderia deixar de ser, acumulam reclamações e transtornos.
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Segundo a concessionária Águas do Rio, a causa de mais uma pausa no fornecimento foi um vazamento na Rua Teixeira de Castro, em Bonsucesso. A empresa informou que o reparo foi concluído ainda antes do meio-dia, e que o serviço está em recuperação gradativa para residências de Higienópolis, Olaria, Ramos e da comunidade Parque União (no Complexo da Maré), além de Bonsucesso – a previsão para a regularização total é de 72h.
Mas apesar do reparo relativamente rápido, como o problema não chega a ser raro, os clientes foram se queixar nas redes: "Desde sábado está essa vergonha"; "É sempre assim: o calor chega junto com as 'manutenções'".
Dois dias antes, devido a outro vazamento em Higienópolis, muitos também já reclamavam: "Águas do Rio brincando com o povo de Bonsucesso. Religaram a água ontem (segunda) e já fecharam hoje (terça). Mais 72 horas", postou uma usuária. Nos comentários, outros repercutiram: "23 dias sem água. Um absurdo", contou uma; "Mas a conta chega na data certa. Ninguém merece", repudiou outra.
Kátia Silva alega que não tem conseguido lavar roupa em sua casa em Bonsucesso, onde a água não chega regularmente desde quinta (19) - Arquivo pessoal
Kátia Silva alega que não tem conseguido lavar roupa em sua casa em Bonsucesso, onde a água não chega regularmente desde quinta (19)Arquivo pessoal
Dentre os clientes indignados nas redes, a reportagem de O DIA conversou com Glayce Kelly, moradora de Olaria. Ela compartilhou seu drama: "Estou sem água desde sexta (20). Hoje (25), caiu pela manhã, com espuma, e parou".
Glayce destacou ainda que inversamente proporcional à falta d’água são os transtornos, que se acumulam por conta das torneias secas: "Louça suja, crianças tomando banho na casa de parentes... A gente também tem que comprar galão de água para fazer comida".
Caso semelhante vive Kátia Silva, moradora de Bonsucesso, onde não vê a água chegar regularmente desde quinta (19): "É um grande transtorno para nós. Louça suja na pia, roupa para lavar, enfim."
Privatização desagrada
As moradoras alegaram ainda que o abastecimento na região perdeu em qualidade após o início da concessão pela Águas do Rio, que, a partir de 2021, passou a ser a responsável por abastecimento de água e esgotamento sanitário para 10 milhões de pessoas em 124 bairros da capital e outros 26 municípios do estado.
"Depois que privatizou ficou muito pior. Pagamos um valor absurdo por um serviço que quase não temos", opinou Glayce Kelly.
"Quando era com a Cedae, raramente acontecia isso. E quando ocorria algum fechamento, tudo estava normalizado em menos de 72 horas", disse Kátia.
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