Publicado 01/10/2024 16:56
Rio – Quatro suspeitos de integrar a maior milícia do Rio de Janeiro foram presos em flagrante nesta segunda-feira (30). De acordo com a Polícia Civil, Patrick Gomes de Carvalho, Felipe de Oliveira Magalhães, Natan de Lucas Lima Ferreira e Fabiano Alves da Silva foram capturados no bairro de Inhoaíba, Zona Oeste.
PublicidadeAinda de acordo com a corporação, policiais da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais (Draco), da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) e da Delegacia de Roubos e Furtos de Automóveis (DRFA) encontraram os indivíduos em uma casa de festas após uma denúncia anônima sobre o endereço e levantamento de informações. No local, havia dezenas de latas e garrafas de bebidas alcoólicas espalhadas.
Investigações apontam que os homens fazem parte do grupo miliciano de Luis Antônio da Silva Braga, o Zinho, preso desde dezembro de 2023, e que atualmente está sob o comando de Paulo David Guimarães Ferraz da Silva, conhecido como Naval.
Com o quarteto, foram apreendidos uma pistola; quatro carregadores de fuzil; um caderno para anotações da contabilidade da quadrilha; um veículo com chassi roubado; e aparelhos de telefone celular.
Os detidos vão responder pelos crimes de constituição de milícia privada, porte de arma de fogo de uso restrito e receptação. Eles serão conduzidos ao sistema prisional e, posteriormente, passarão por audiência de custódia.
Saiba quem é Naval
Conforme investigações da Polícia Civil, Naval assumiu o comando do grupo miliciano há cerca de quatro meses, quase uma semana após a morte de Rui Paulo Gonçalves Estevão, mais conhecido como Pipito, um dos substitutos de Zinho. O apelido tem a ver com o passado como fuzileiro naval do criminoso, que ingressou na Marinha em 2012.
Relatos dão conta de que ele domina as comunidades do Barbante, Vilar Carioca, Antares e Rola, consideradas estratégicas para a milícia da Zona Oeste.
Naval ainda é suspeito por envolvimento na morte do ex-vereador Jerônimo Guimarães Filho, o Jerominho, em agosto de 2022, quando o ex-vereador e o cunhado dele, Maurício Raul Atallah, foram baleados em plena luz do dia na Estrada Guandu Sapé, em Campo Grande, também na Zona Oeste.
A execução, segundo investigações, foi motivada por uma suposta tentativa por parte de Jerominho de retomar o comando da milícia que atua na região.
De acordo com o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), o ex-vereador foi fundador da milícia privada conhecida como Liga da Justiça, responsável pela prática de homicídios e extorsões, em razão da cobrança de taxas de segurança a comerciantes e moradores da Zona Oeste, principalmente no bairro de Campo Grande. No entanto, após perder sua liderança sobre as atividades da milícia que ajudou a criar, em razão do longo período em que esteve preso (entre 2007 e 2018), ao ter a liberdade restabelecida, traçou um plano para voltar ao controle da organização criminosa, que na época do crime, estava sob controle por Zinho.
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