Pipito foi preso dentro da comunidade do Rodo, em Santa CruzDivulgação

Rio - O miliciano Rui Paulo Gonçalves Estevão morreu após ter sido baleado durante um confronto com policiais civis na tarde desta sexta-feira (7), na Favela do Rodo, em Santa Cruz, na Zona Oeste. Pipito, como era conhecido, era apontado como o sucessor de Luiz Antônio da Silva Braga, o Zinho, liderança do grupo paramilitar que atua na região.
De acordo com a Polícia Civil, equipes da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizada e Inquéritos Especiais (Draco), com apoio da Subsecretaria de Inteligência (Ssinte), abordaram o foragido durante uma ação na comunidade. Pipito teria reagido, dando início a um confronto com os policiais. Além dele, dois suspeitos de atuar como "seguranças" da milícia ficaram feridos. Os três foram encaminhados ao Hospital Municipal Rocha Faria, em Campo Grande, mas Rui Paulo morreu a caminho da unidade.
"Qualquer criminoso que tente dominar territórios e subjugar a população será alvo da Polícia Civil", destacou o secretário de Estado de Polícia Civil, delegado Marcus Amim.
Considerado homem de confiança de Zinho, o miliciano foi o responsável por coordenar o ataque a 35 ônibus na Zona Oeste, em outubro de 2023. O incêndio dos coletivos aconteceu em represália à morte de Matheus da Silva Rezende, o Faustão, sobrinho de Zinho.
Tido como "zero 2" na hierarquia da milícia, Pipito passou a chefiar a organização criminosa depois que a principal liderança se entregou na Superintendência da Polícia Federal, em dezembro do ano passado.
Rui chegou a ser preso em 2018, mas deixou a cadeia dois anos depois, após conseguir um benefício que permitiu saída temporária durante a pandemia da Covid-19.
Quatro dias após a morte de Faustão, as polícias Federal e Militar estiveram na casa de Pipito, onde apreenderam 101 munições de calibre 5.56, seis carregadores de pistola e quatro carregadores de fuzil calibre 5.56; R$ 22 mil; nove cordões dourados, duas pulseiras douradas e um relógio de luxo; um par de algemas; dois celulares; dois cadernos de contabilidade; e uma bandoleira de fuzil. 
O criminoso ingressou no grupo paramilitar em 2017, quando Carlos Alexandre da Silva Braga, o Carlinhos Três Pontes, liderava a antiga Liga da Justiça. Wellington da Silva Braga, o Ecko, seu irmão, foi um dos responsáveis por expandir os domínios da organização fundada por Carlinhos, que morreu em 2017. Quatro anos depois, Ecko foi morto em uma operação policial e Zinho assumiu o posto de líder.