Pipito morreu nesta sexta-feira (7) após confronto com policiais civis em Santa CruzReprodução
Quem era Pipito, chefe da maior milícia do Rio de Janeiro morto em operação policial
Rui Paulo Gonçalves Estevão foi o responsável por coordenar os ataques a ônibus na Zona Oeste do Rio em outubro do ano passado. Veja o histórico do criminoso
Rio - Morto pela Polícia Civil na tarde desta sexta-feira (7), Rui Paulo Gonçalves Estevão, mais conhecido como Pipito, era considerado o chefe da maior milícia do estado do Rio de Janeiro. O criminoso ocupou esse posto há cerca de seis meses, quando Luiz Antônio da Silva Braga, o Zinho, se entregou à Polícia Federal.
Considerado homem de confiança do miliciano, Pipito foi o responsável por coordenar os ataques a ônibus na Zona Oeste do Rio em outubro do ano passado. Os ataques, que deixaram 35 coletivos incendiados, foram motivados pela morte do sobrinho de Zinho, Matheus da Silva Rezende, o Faustão.
Pipito ingressou no grupo paramilitar em 2017, quando Carlos Alexandre da Silva Braga, o Carlinhos Três Pontes, liderava a antiga Liga da Justiça. Wellington da Silva Braga, o Ecko, seu irmão, foi um dos responsáveis por expandir os domínios da organização fundada por Carlinhos, que morreu em 2017. Quatro anos depois, Ecko foi morto em uma operação policial e Zinho assumiu o posto de líder.
Ao assumir a liderança do grupo, o criminoso acabou rompendo com algumas alianças antigas. Um deles é Danilo Dias Lima, o Tandera, considerado seu principal rival atualmente. No passado, Zinho controlava boa parte da Zona Oeste do Rio e Tandera, áreas da Baixada Fluminense. Com o rompimento da aliança, os dois passaram a travar uma guerra sangrenta por territórios. Além da disputa entre milícias rivais, brigas por territórios com facções criminosas, Pipito entrará no comando de um grupo dividido e cheio de disputas internas.
O miliciano chegou a ser preso, em 2018, por associação criminosa, mas deixou o presídio dois anos depois, após um benefício que permitiu saída temporária durante a pandemia. Ele havia sido condenado a seis anos e seis meses de prisão pelo crime.
Homicídios de rivais
Pipito é apontado como mandante da morte do miliciano Jairo Batista Freire, conhecido como Caveira, que também era considerado um dos sucessores de Zinho. O crime aconteceu em janeiro deste ano. De acordo com testemunhas, ele foi morto a tiros em Três Pontes, em Paciência. No entanto, o corpo não foi encontrado desde então.
O grupo de Pipito acusava Caveira pela responsabilidade da morte de Antônio Carlos dos Santos Pinto, o Pit, e de seu filho de 9 anos, no final de dezembro, também em Três Pontes. Pit era outro miliciano apontado como sucessor de Zinho.
Rui Paulo também é suspeito de mandar matar o então chefe da milícia que atuava em Sepetiba, na Zona Oeste do Rio, em janeiro deste ano. O crime aconteceu na Praia do Recreio dos Bandeirantes. Sergio Rodrigues da Costa Silva, de 44 anos, conhecido como Sergio Bomba, estava em um quiosque na Avenida Lúcio Costa, na altura do Posto 12, quando uma pessoa chegou fazendo disparos contra ele, que não resistiu aos ferimentos e morreu ainda no local.
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.