Sergio Bomba, de 44 anos, já havia sido preso e foi alvo de ação contra milicianosReprodução
Chefe da milícia de Sepetiba é morto a tiros em quiosque na Praia do Recreio
Sergio Bomba, 44, comandava grupo que atua na cobrança de taxas, grilagem de terras, roubos e clonagem de veículos
Rio - O chefe da milícia que atua em Sepetiba, na Zona Oeste do Rio, foi morto a tiros, na noite deste domingo (21), na Praia do Recreio dos Bandeirantes, na mesma região. Sergio Rodrigues da Costa Silva, de 44 anos, conhecido como Sergio Bomba, estava em um quiosque na Avenida Lúcio Costa, na altura do Posto 12, quando uma pessoa chegou fazendo disparos contra ele, que não resistiu aos ferimentos e morreu ainda no local.
De acordo com a Polícia Militar, equipes do 31º BPM (Recreio dos Bandeirantes) foram acionadas para uma ocorrência de homicídio e, chegando ao local, o encontraram com marcas de tiros e sem vida. A área foi preservada e a perícia acionada. Em nota, a Polícia Civil informou que a Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) investiga a morte de Sergio. "Os agentes estão em busca de testemunhas e informações para identificar a autoria e esclarecer a motivação do crime".
Sergio Bomba já havia sido preso em 2016, por chefiar o grupo paramilitar que atuava na cobrança de taxas ilegais de moradores e comerciantes, grilagem de terras, além de roubo e clonagem de veículos em Sepetiba. Em 2017, ele foi alvo da operação Horus, contra milicianos da região, e um novo mandado de prisão foi cumprido contra ele, dentro do presídio, de onde continuava controlando a organização criminosa.
Violência na região
Em dezembro de 2023, a região do Terreirão registrou dois ataques com mortos eferidos em menos de 48 horas. No dia 21, Lucas de Oliveira Silva, de 25 anos, e Caio Henrique da Silva Souza, 30, foram assassinados a tiros em uma rua da comunidade. Um terceiro homem também foi baleado, mas sobreviveu. No dia 23, um outro atentado, na Avenida Canal das Taxas, deixou um homem de aproximadamente 20 anos gravemete ferido.
A região do Recreio e da Barra da Tijuca, em especial a comunidade do Terreirão, que fica próxima ao local do crime, tem enfrentado uma rotina de violência. A área sofre com uma disputa entre milicianos e traficantes ligados a Luís Antônio da Silva Braga, o Zinho, preso em 24 de dezembro de 2023, e Leandro Xavier da Silva, o Playboy, morto em um confronto com a Polícia Civil no Complexo da Maré, na Zona Norte, em 29 de junho do ano passado.
Em 5 de outubro de 2023, os médicos Diego Bonfim, 35 anos, Marcos de Andrade Corsato, 62, Perseu Ribeiro Almeida, 33, e Daniel Sonnewend Proença, 32, foram atacados a tiros, quando estavam em um quiosque na Avenida Lúcio Costa, em frente ao Hotel Windsor, na Barra. Um dos criminosos chegou a voltar para atirar mais uma vez em uma das vítimas, que tentava se refugiar atrás do estabelecimento. Mais de 30 tiros foram disparados contra eles.
Horas depois do crime, a Polícia Civil encontrou quatro corpos de traficantes suspeitos de participarem da morte dos médicos, dentro de dois carros, nos arredores da Gardênia Azul, em Jacarepaguá, na mesma região. As investigações apontam que os suspeitos podem ter sido mortos pelo ''tribunal" do tráfico do Complexo da Penha, na Zona Norte, porque a facção Comando Vermelho (CV), da qual faziam parte, estaria contrariada com a repercussão do caso, já que inocentes morreram.
Somente Daniel sobreviveu ao ataque. A semelhança física entre o miliciano Taillon de Alcântara Pereira Barbosa, de 26 anos, e o ortopedista Perseu chamou a atenção dos investigadores, que investigaram que traficantes teriam sido avisados sobre a suposta presença do bandido no quiosque e ido ao local para executá-lo. O criminoso acabou sendo preso em 31 de outubro, em uma ação conjunta entre a Polícia Federal e o Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado (Gaeco/MPRJ).
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