Sergio Rodrigues da Costa, vulgo Sergio Bomba, foi morto a tiros em quiosque no Recreio dos BandeirantesDivulgação

Rio - Uma câmera de segurança do quiosque onde o miliciano Sérgio Rodrigues da Costa Silva, vulgo Sérgio Bomba, foi executado na noite de domingo (21), registrou a rápida ação do assassino. Nas imagens é possível ver que o criminoso atirou sozinho e concentrou os disparos apenas no rosto de Sérgio, sem chance de defesa. Pelo menos um dos disparos atingiu o olho da vítima, que estava sentado em uma mesa ao lado de uma mulher. Veja o vídeo abaixo.
A ação durou de dois a três segundos e Sérgio Bomba morreu na hora. A execução aconteceu em horário de grande movimento na Avenida Lúcio Costa, na altura do Posto 12, às 20h49. O miliciano era apontado como sendo o chefe da milícia que atua em Sepetiba, na Zona Oeste do Rio. Imagens fortes abaixo:
Sergio Bomba já havia sido preso em 2016 por chefiar o grupo paramilitar que atuava na cobrança de taxas ilegais de moradores e comerciantes, grilagem de terras, além de roubo e clonagem de veículos em Sepetiba. Em 2017, ele foi alvo da operação Horus, contra milicianos da região, e um novo mandado de prisão foi cumprido contra ele, dentro do presídio, de onde continuava controlando a organização criminosa.
Violência na região
Em dezembro de 2023, a região do Terreirão registrou dois ataques com mortos e feridos em menos de 48 horas. No dia 21, Lucas de Oliveira Silva, de 25 anos, e Caio Henrique da Silva Souza, 30, foram assassinados a tiros em uma rua da comunidade. Um terceiro homem também foi baleado, mas sobreviveu. No dia 23, um outro atentado, na Avenida Canal das Taxas, deixou um homem de aproximadamente 20 anos gravemente ferido.
A região do Recreio e da Barra da Tijuca, em especial a comunidade do Terreirão, que fica próxima ao local do crime, tem enfrentado uma rotina de violência. A área sofre com uma disputa entre milicianos e traficantes ligados a Luís Antônio da Silva Braga, o Zinho, preso em 24 de dezembro de 2023, e Leandro Xavier da Silva, o Playboy, morto em um confronto com a Polícia Civil no Complexo da Maré, na Zona Norte, em 29 de junho do ano passado.
Em 5 de outubro de 2023, os médicos Diego Bonfim, 35 anos, Marcos de Andrade Corsato, 62, Perseu Ribeiro Almeida, 33, e Daniel Sonnewend Proença, 32, foram atacados a tiros, quando estavam em um quiosque na Avenida Lúcio Costa, em frente ao Hotel Windsor, na Barra. Um dos criminosos chegou a voltar para atirar mais uma vez em uma das vítimas, que tentava se refugiar atrás do estabelecimento. Mais de 30 tiros foram disparados contra eles.
Horas depois do crime, a Polícia Civil encontrou quatro corpos de traficantes suspeitos de participarem da morte dos médicos, dentro de dois carros, nos arredores da Gardênia Azul, em Jacarepaguá, na mesma região. As investigações apontam que os suspeitos podem ter sido mortos pelo ''tribunal" do tráfico do Complexo da Penha, na Zona Norte, porque a facção Comando Vermelho (CV), da qual faziam parte, estaria contrariada com a repercussão do caso, já que inocentes morreram.
Somente Daniel sobreviveu ao ataque. A semelhança física entre o miliciano Taillon de Alcântara Pereira Barbosa, de 26 anos, e o ortopedista Perseu chamou a atenção dos investigadores, que investigaram que traficantes teriam sido avisados sobre a suposta presença do bandido no quiosque e ido ao local para executá-lo. O criminoso acabou sendo preso em 31 de outubro, em uma ação conjunta entre a Polícia Federal e o Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado (Gaeco/MPRJ).