Miliciano (à esquerda) e o médico Perseu tinham semelhanças físicasReprodução

Rio - O miliciano Taillon de Alcântara Pereira Barbosa, de 26 anos, que pode ter sido confundido com um dos médicos executados na Barra da Tijuca, na madrugada desta quinta-feira (5), está cumprindo pena em regime semiaberto desde março deste ano e tem como residência fixa um apartamento na Avenida Lúcio Costa, a menos de 1 km do quiosque onde quatro médicos foram executados a tiros. As polícias Civil e Federal investigam se os criminosos tinham Taillon como alvo.
Taillon é filho de Dalmir Pereira Barbosa, preso desde junho deste ano e apontado pelo Ministério Público do Rio (MPRJ) como um dos principais chefes de uma milícia que atua na Zona Oeste. O filho traçou o mesmo caminho e também é acusado de ser líder de uma quadrilha que atua na região de Rio das Pedras, Muzema e adjacências.
De acordo com o processo que consta contra ele no Tribunal de Justiça do Rio (TJRJ), a organização criminosa de Taillon seria responsável pela exploração do transporte alternativo de vans e mototáxi, dos serviços básicos como água, gás e TV a cabo, cobrança extorsiva de "taxas de segurança" a comerciantes e moradores, invasão e grilagem de terras, construção imobiliária clandestina, além de agressões, ameaças e homicídios na região.

Taillon foi preso em dezembro de 2020 durante a Operação Sturm, do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco/MPRJ), em conjunto com a Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizada (Draco). 
Execução
Entre as vítimas estão os médicos Marcos de Andrade Corsato, 62 anos, Perseu Ribeiro Almeida, 33, e Diego Ralf de Souza Bomfim, 35, foram executados. Um quarto médico, Daniel Sonnewend Proença, 32, também foi baleado na ação criminosa, mas sobreviveu. Ele está internado no Hospital Municipal Lourenço Jorge, e seu estado de saúde é estável.
A semelhança física entre Taillon e o ortopedista Perseu Ribeiro Almeida, de 33 anos, chamou a atenção dos investigadores da Polícia Civil e Federal, que tentam descobrir a motivação por trás da execução de três médicos na Avenida Lúcio Costa, na Barra da Tijuca.