Diego Bomfim, Marcos Corsato e Perseu Almeida morreram, e Daniel Proença foi levado ao hospitalReprodução / Redes sociais

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Rio - Um ataque a tiros deixou três médicos mortos e um ferido em um quiosque na orla da Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, na madrugada desta quinta-feira (5). Diego Bomfim, Marcos Corsato e Perseu Almeida morreram. Já Daniel Proença foi socorrido ao Hospital Municipal Lourenço Jorge e tem o quadro de saúde estável. 
Os ortopedistas, que atuavam em São Paulo, estavam na cidade para participar de um congresso internacional de ortopedia. Após a morte dos profissionais, o ministro da Justiça, Flávio Dino, determinou que a Polícia Federal (PF) acompanhe as investigações. A medida, segundo o ministro, ocorre pela "hipótese de relação com a atuação de dois parlamentares", pois o médico Diego Bonfim é irmão da deputada federal Sâmia Bonfim (PSOL) e cunhado do deputado federal Glauber Braga (PSOL).
Diego Ralf de Souza Bonfim tinha 35 anos, era irmão da deputada federal Sâmia Bonfim (PSOL-SP) e cunhado do deputado federal Glauber Braga (PSOL). Natural de Presidente Prudente, em São Paulo, Diego se especializou em reconstrução óssea pelo Instituto de Ortopedia e Traumatologia (IOT) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP). 
Marcos de Andrade Corsato, de 62 anos, era natural de São Paulo e possuía mestrado em Ortopedia e Traumatologia pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e era membro titular da "Federación Latinoamericana de Medicina y Cirugia de la Pierna y Pie", da "National Geographic Society" e da Associação Brasileira de Medicina e Cirurgia do Tornozelo e Pé. Marcos também atuava como médico assistente no IOT-HCFMUSP.
Perseu Ribeiro Almeida, 33, nasceu em Salvador, na Bahia, e era membro titular da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia, além de ser especialista em cirurgia do pé e tornozelo pelo IOT-HCFMUSP.
Daniel Sonnewend Proença tem 32 anos e está internado no Hospital Municipal Lourenço Jorge com o quadro de saúde estável. Natural de Mogi das Cruzes, em São Paulo, Daniel é especialista em Ortopedia e Traumatologia e em reconstrução óssea, também pelo IOT-HCFMUSP. 
Em nota, a USP lamentou as mortes. "O Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas da FMUSP recebeu com consternação a notícia do falecimento de Marcos de Andrade Corsato, médico assistente dedicado e atuante do grupo de Tornozelo e Pé da instituição, bem como dos ex residentes Diego Ralf Bomfim e Perseu Ribeiro Almeida. O IOT-HCFMUSP estende as condolências aos familiares e amigos".
O Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) também se posicionou. "Manifestamos nosso profundo pesar e indignação diante do assassinato do médico Diego Ralf Bonfim, irmão da deputada Sâmia Bonfim, e de seus colegas. Expressamos toda nossa solidariedade e apoio à deputada e à sua família, assim como aos familiares dos colegas de Diego. Exigimos às autoridades competentes que investiguem este crime de forma rigorosa e eficiente, para que os responsáveis sejam identificados e punidos de acordo com a lei".
Procurado, o Conselho Federal de Medicina (CFM) ainda não se manifestou sobre o caso.
O ataque
Os médicos Diego Bonfim, 35, Marcos Corsato, 62, Perseu Almeida, 33, e Daniel Proença, 32, foram atacados a tiros, enquanto estavam em um quiosque na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio. Imagens de câmeras de segurança mostraram que suspeitos desceram de um carro e atiraram diversas vezes contra os ortopedistas. Um dos homens chegou a voltar para atirar mais em uma das vítimas que tentava se refugiar atrás do quiosque.
Ainda pelas imagens, é possível ver que os médicos estavam sentados no estabelecimento, que fica em frente ao Hotel Windsor. No início da madrugada, por volta de 1h, um carro branco parou e ao menos 3 homens armados de preto atiraram contra eles. 
Dentre as vítimas, o único sobrevivente foi Daniel Sonnewend Proença, que está internado no Hospital Municipal Loureço Jorge. Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) informou que o estado de saúde do Daniel é estável.
A Polícia Civil de São Paulo enviou, nesta quinta-feira, equipes para auxiliarem as investigações sobre a execução dos três médicos. Por determinação da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, foi deslocada ao Rio uma equipe do DHPP (Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa) e uma equipe do Dipol (Departamento de Inteligência da Polícia Civil).
*Reportagem do estagiário Leonardo Marchetti, sob supervisão de Iuri Corsini