Pipito morreu nesta sexta-feira (7) após confronto com policiais civis em Santa CruzReprodução

Rio - O governador Cláudio Castro (PL) comentou, através de postagens nas suas redes sociais, sobre a ação da Polícia Civil que terminou com a morte do miliciano Rui Paulo Gonçalves Estevão, o Pipito, em Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio, no fim da tarde desta sexta-feira (7). O homem era apontado como sucessor do grupo que foi comandado por Luis Antônio da Silva Braga, o Zinho, que está preso desde dezembro do ano passado.
"Nossa Polícia Civil deu mais um duro golpe contra criminosos que atentam contra a paz da população. O recado está dado: vamos continuar combatendo o crime de maneira implacável, seja milícia, tráfico ou qualquer grupo mafioso", comentou.
O delegado Marcus Amim, secretário de Estado de Polícia Civil, também valorizou a ação. "Qualquer criminoso que tente dominar territórios e subjugar a população será alvo da Polícia Civil", disse.
Pipito foi baleado em um confronto com policiais civis na comunidade do Rodo. Ele chegou a ser socorrido e encaminhado para o Hospital Municipal Rocha Faria, em Campo Grande, também na Zona Oeste, mas, de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), o miliciano chegou já em óbito.
A ação
Segundo a Polícia Civil, equipes da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizada e Inquéritos Especiais (Draco), com apoio da Subsecretaria de Inteligência (Ssinte), abordaram Pipito durante uma ação na comunidade. O miliciano teria reagido, dando início a um confronto com os policiais.
Além dele, outros dois criminosos ficaram feridos e precisaram ser socorridos. Eles seriam seguranças de Pipito e, de acordo com a corporação, estavam fortemente armados e participaram do confronto. Ambos foram detidos e contra um deles havia um mandado de prisão pendente.
Histórico
Considerado homem de confiança de Zinho, Pipito foi o responsável por coordenar o ataque a 35 ônibus na Zona Oeste, em outubro de 2023. O incêndio dos coletivos aconteceu em represália à morte de Matheus da Silva Rezende, o Faustão, sobrinho de Zinho.
Tido como "zero 2" na hierarquia da milícia, Pipito passou a chefiar a organização criminosa depois que a principal liderança se entregou na Superintendência da Polícia Federal, em dezembro do ano passado.
Rui chegou a ser preso em 2018, mas deixou a cadeia dois anos depois, após conseguir um benefício que permitiu saída temporária durante a pandemia da Covid-19.
Quatro dias após a morte de Faustão, as polícias Federal e Militar estiveram na casa de Pipito, onde apreenderam 101 munições de calibre 5.56, seis carregadores de pistola e quatro carregadores de fuzil calibre 5.56; R$ 22 mil; nove cordões dourados, duas pulseiras douradas e um relógio de luxo; um par de algemas; dois celulares; dois cadernos de contabilidade; e uma bandoleira de fuzil.
O criminoso ingressou no grupo paramilitar em 2017, quando Carlos Alexandre da Silva Braga, o Carlinhos Três Pontes, liderava a antiga Liga da Justiça. Wellington da Silva Braga, o Ecko, seu irmão, foi um dos responsáveis por expandir os domínios da organização fundada por Carlinhos, que morreu em 2017. Quatro anos depois, Ecko foi morto em uma operação policial e Zinho assumiu o posto de líder.