Material apreendido na casa de Pipito, novo 'zero dois' da maior milícia do RioDivulgação / Polícia Federal

Rio - Dois homens foram presos, nesta sexta-feira (27), em uma ação conjunta das polícias Federal e Militar em Santa Cruz, na Zona Oeste.
De acordo com a PF, a dupla é responsável pela segurança de Rui Paulo Gonçalves Estevão, o Pipito, apontado como o '02' da milícia que atua na região após a morte de Matheus Rezende da Silva, o Faustão, na segunda-feira passada (23).
A participação da dupla na maior milícia do Rio foi revelada após análise de materiais apreendidos e diligências realizadas na Operação Dinastia, deflagrada em agosto do ano passado, com o objetivo de desarticular essa organização criminosa, comandada por Luiz Antônio da Silva Braga, o Zinho. 
Na ocasião, foram expedidos 23 mandados de prisão contra o grupo paramilitar. Os investigados são acusados de praticar os crimes de organização criminosa, tráfico de armas de fogo e munições, extorsão e corrupção.

Os seguranças foram presos em uma residência na comunidade do Antares, em Santa Cruz. No local, os agentes apreenderam uma pistola e um rádio transmissor. Na casa de Pipito, localizada na mesma comunidade, os agentes apreenderam 101 munições de calibre 5.56, seis carregadores de pistola e quatro carregadores de fuzil calibre 5.56; R$ 22 mil em espécie; nove cordões dourados, duas pulseiras douradas e um relógio de luxo; um par de algemas; dois celulares; dois cadernos de contabilidade; e uma bandoleira de fuzil. 
Os presos foram conduzidos à Superintendência Regional da Polícia Federal no Rio. Em seguida, serão encaminhados ao sistema prisional, onde permanecerão à disposição da Justiça.
A ação foi realizada pela Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) e do Grupo de Investigações Sensíveis e Facções Criminosas da PF (GISE/RJ) com o apoio de policiais da 8ª Delegacia de Polícia Judiciária Militar da PMERJ.
Pipito
Rui assumiu o posto de liderança da maior milícia do Rio, após a morte de Faustão, durante confronto com policiais civis na comunidade Três Pontes. A polícia ainda acredita que Pipito tenha ordenado os ataques a 35 ônibus na região
O miliciano chegou a ser preso, em 2018, por associação criminosa, mas deixou o presídio após dois anos, após um benefício que permitiu saída temporária durante a pandemia. Ele havia sido condenado a seis anos e seis meses de prisão pelo crime. No último dia 11, o Tribunal de Justiça expediu um mandado de prisão preventiva contra o miliciano, que responde por homicídio qualificado e ocultação de cadáver.