Secretário de Segurança Pública Victor dos SantosReprodução / TV Globo
Publicado 23/10/2024 16:01
Rio - O secretário de Segurança Pública Victor dos Santos admitiu que faltou planejamento policial para evitar os atos de vandalismos comandados por torcedores do Peñarol no Recreio, Zona Oeste, na tarde desta quarta-feira (23). Até o momento, mais de 250 pessoas foram presas, segundo a Polícia Militar.
Publicidade
"Faltou planejamento. Todo planejamento, qual a premissa? Vislumbrar o pior cenário. Qual é o pior cenário que eu posso ter dentro do que a gente enxerga? Eu vou dimensionar o número de policiais. Eu prefiro ter um número muito além e desmobilizar esse efetivo, do que ter um número muito aquém e precisar mobilizar", disse em entrevista ao RJTV, da Rede Globo. 
De acordo com o secretário, o trânsito teria complicado a chegada dos policiais, o que agravou ainda mais a situação no local. Os vândalos assaltaram pedestres e comerciantes, além de quebrarem mesas e cadeiras de quiosques e incendiarem motos.
"A gente sabe que o trânsito da barra ao recreio, naquele momento, em dia de sol, é complicado. Então, estava dependendo dessa mobilidade urbana. E a segurança pública não pode ficar nisso. Se nós tivéssemos um planejamento melhor desenhado, a gente não dependeria desse reforço chegar", afirmou. 
A confusão começou horas antes do jogo válido pela semifinal da Copa Libertadores entre Peñarol e Botafogo, que acontece a partir das 21h30, no Estádio Nilton Santos, no Engenho de Dentro, Zona Norte. Sobre a segurança no entorno e dentro do estádio, Victor dos Santos diz que há um outro planejamento. 
"O jogo é um ambiente confinado. Existe um planejamento, o BEP tem um efetivo muito bem treinado. Eu acredito que não tenha esse tipo de problema que a gente teve aqui no Recreio. Ali, realmente, faltou planejamento. Ao contrário do jogo, que já existe uma metodologia. Acredito que não vá haver problema", declarou.  
De acordo com a informação de policiais militares, os torcedores teriam assaltado pedestres e comerciantes. Além disso, quebraram mesas e cadeiras de quiosques e incendiaram motos e um ônibus. Bombas de efeito moral foram lançadas para tentar contornar o conflito que começou pouco antes de 12h. As autoridades enviaram efetivo para controlar a situação.
Segundo a corporação, mais de 250 torcedores foram conduzidos para a Cidade da Polícia, após uma série de atos de vandalismo. Diante da gravidade da situação, policiais militares do Rondas Especiais e Controle de Multidão (RECOM) e do Batalhão de Polícia de Choque (BPChq) foram acionados para conter o tumulto.
"Agora, é o trabalho da Polícia Judiciária. Existe muitas imagens, identificar aqueles que tiveram a pior conduta. Por exemplo, teve criminoso fantasiado de torcedor que ateou fogo em moto, que depredou veículo, isso é muito grave. Sem contar a possibilidade de conseguir enquadrar todos os 200 numa organização criminosa. Mas isso é um trabalho feito pela Polícia Civil. A ideia é ser o mais rigoroso possível para que isso não aconteça. Temos históricos pelo mundo que não foram agradáveis. A gente não pode deixar que isso aconteça no Brasil, principalmente no Rio de Janeiro. Eu quero o maior rigor possível na apuração desses fatos", finalizou Victor dos Santos. 
O governador Cláudio Castro (PL) utilizou as redes sociais para lamentar a confusão generalizada. "O Rio não é lugar de baderna. Determinei que as polícias prendam, levem para a delegacia e escoltem para fora do Rio de Janeiro os torcedores do Peñarol, que causam uma confusão generalizada na Zona Oeste. Já estamos levando para a Cidade da Polícia mais de 200 detidos", escreveu. O policiamento foi intensificado na região, inclusive com equipes do Grupamento Aeromóvel (GAM).

Leia mais