Publicado 12/11/2024 10:57
Rio - O bicheiro Rogério de Andrade foi transferido, nesta terça-feira (13), para o Presídio Federal de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul. O contraventor deixou a penitenciária Laércio da Costa Pellegrino, em Bangu 1, unidade de segurança máxima do estado, por volta de 9h. A transferência foi determinada pela 1ª Vara Criminal do Tribunal do Júri do Rio.
PublicidadeSegundo a Secretaria de Administração Penitenciária (Seap), a operação contou com o apoio de quatro viaturas do Grupamento de Intervenção Tática (GIT) e do Grupamento de Serviço de Segurança Externa (GSSE), ambos da Seap. Os agentes escoltaram o bicheiro até o Aeroporto Internacional do Galeão, onde ele foi entregue à Polícia Federal para o embarque.
Em imagens obtidas pelo DIA, o patrono da escola de samba Mocidade Independente de Padre Miguel, aparece sendo colocado na caçamba de um carro da Polícia Penal. Com algemas nos pulsos e um cinto de segurança, o contraventor segura uma bolsa com seus pertences.
Rogério de Andrade foi transferido para a mesma prisão onde estão outros três presos oriundos do Rio de Janeiro. Os quatro vão ficar na mesma unidade de segurança máxima.
Andrade vai conviver com Luiz Antônio da Silva Braga, o Zinho, considerado o miliciano mais perigoso do Rio; o deputado federal Chiquinho Brazão, apontado como um dos mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes; e Márcio dos Santos Nepomuceno, o Marcinho VP, um dos líderes da facção Comando Vermelho (CV).
Andrade vai conviver com Luiz Antônio da Silva Braga, o Zinho, considerado o miliciano mais perigoso do Rio; o deputado federal Chiquinho Brazão, apontado como um dos mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes; e Márcio dos Santos Nepomuceno, o Marcinho VP, um dos líderes da facção Comando Vermelho (CV).
Em Bangu 1, o bicheiro estava em uma cela isolada de 6m². Conforme apurado pela reportagem de O DIA, a cela em que Rogério ficou possui apenas uma cama de alvenaria, chuveiro, uma mesa de concreto com banquinho de concreto e um 'boi', que é um buraco aberto no chão, sem vaso sanitário, onde os detentos fazem as necessidades fisiológicas.
Rogério de Andrade foi preso no último dia 29 em casa, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste. Ele é apontado como o mandante da morte de Fernando Iggnácio, em 2020. A vítima e o denunciado são, respectivamente, genro e sobrinho de Castor de Andrade, um dos maiores chefes do jogo do bicho no Rio, que morreu em 1997, e disputavam os pontos do jogo do bicho.
O crime aconteceu em 10 de novembro de 2020, no estacionamento de um heliporto, no Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste, quando Fernando Iggnácio desembarcava, e acabou atingido por três tiros, um deles na cabeça. De acordo com a denúncia de 2021 do Ministério Público, a morte de Fernando Iggnácio foi ordenada por Rogério de Andrade, o Patrão, e Marcio Araujo de Souza, e a execução realizada por Rodrigo Silva das Neves, Ygor Rodrigues Santos da Cruz, o Farofa, Pedro Emanuel D'Onofre Andrade Silva Cordeiro, o Pedrinho, e Otto Samuel D'Onofre Andrade Silva Cordeiro. Os seis foram denunciados pelo órgão, à época.
Segundo o MPRJ, por volta das 9h de 10 de novembro de 2020, Rodrigo, Ygor, Pedro Emanuel e Otto Samuel chegaram de carro ao local do crime e três deles invadiram um terreno baldio que fazia divisa com o heliporto. Eles estavam com, pelo menos, duas armas de alta energia cinética (fuzis PARA FAL e AK-47, ambos de calibre 7,62 mm).
Depois de esperarem por cerca de quatro horas, Fernando Iggnácio desembarcou em seu helicóptero, retornando de Angra dos Reis, na Costa Verde. Os denunciados, então, posicionaram as armas em cima de um muro próximo ao do estacionamento do heliporto, a uma distância de aproximadamente quatro metros do local onde estava estacionado o veículo da vítima. O bicheiro foi alvejado com três disparos, um deles na região da cabeça.
A denúncia apontou que Marcio, um dos responsáveis pela segurança pessoal de Rogério de Andrade, foi o responsável por contratar, a mando de Rogério, os outros denunciados para executarem o crime. A investigação identificou que Rodrigo das Neves e Ygor da Cruz já trabalharam como seguranças da Escola de Samba Mocidade Independente de Padre Miguel.
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