Publicado 13/11/2024 22:20
Rio - O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) denunciou, nesta quarta-feira (13), o terceiro-sargento da Polícia Militar André Luiz de Oliveira Muniz pela morte da menina Eloah da Silva dos Santos, de 5 anos. O caso ocorreu na manhã de 12 de agosto de 2023, na Avenida Paranapuã, Ilha do Governador.
PublicidadeA denúncia foi formalizada pela 1ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal Especializada do Núcleo Rio. De acordo com o MPRJ, o policial efetuou nove disparos em direção à comunidade do Dendê, utilizando um fuzil Colt calibre 5.56, uma arma de uso restrito.
O órgão afirma que, no momento dos disparos, não havia confronto armado ou qualquer ameaça iminente que justificasse a ação. Segundo a denúncia, o sargento assumiu o risco de causar a morte de qualquer pessoa presente na área.
Como medida cautelar, o Ministério Público solicitou o afastamento do policial de operações externas e de patrulhamento até o julgamento, restringindo-o a funções administrativas no batalhão. O pedido ressalta que “não se pode manter ativo na tropa, em patrulhamento, um policial que efetua disparos contra a população sem qualquer justificativa”.
Inquérito concluído
Um inquérito policial-militar concluiu que tiro que matou Eloah partiu da arma do terceiro-sargento da PM André Luiz de Oliveira Muniz. A menina Eloah brincava na casa da família, no Beco do Xavante, no morro do Dendê, quando o disparo a atingiu no peito.
À época em que o caso aconteceu, o tio de Eloah, Michael Abe, de 43 anos, disse em entrevista ao O DIA que não havia nenhuma troca de tiros no momento em que a sobrinha foi atingida. Os familiares já apontavam os policiais militares como autores do disparo: "Não teve troca de tiros, não teve operação e não teve confronto. Teve foi uma polícia despreparada. O tiro nunca ia vir de cima como estão falando", disse ele.
A Polícia Militar, por outro lado, defendia naquele momento que policiais foram atacados a tiros por homens armados e manifestantes fecharam as vias no entorno, atiraram pedras contra as viaturas e as equipes. O Batalhão de Rondas Especiais e Controle de Multidão (Recom) e o Grupamento Aeromóvel (GAM) atuaram na ação.
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