Eloah Passos, de 5 anos, morreu dentro de casa, com tiro no peito Reprodução/Redes sociais

Rio - Um inquérito policial-militar concluiu que tiro que matou a menina Eloah da Silva dos Santos, de 5 anos, em agosto do ano passado, partiu da arma do terceiro-sargento da PM André Luiz de Oliveira Muniz. Segundo a investigação, o policial usava um fuzil calibre 5.56, de onde saíram os projéteis que atingiram a criança.

O inquérito foi concluído em setembro do ano passado e enviado ao Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ). A informação com a identificação do agente foi antecipada pelo jornal "Extra", nesta segunda-feira (17), e confirmada pelo DIA com a Polícia Civil.


A menina Eloah brincava na casa da família, no Beco do Xavante, no morro do Dendê, quando o disparo a atingiu. De acordo com a Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), o policial responsável pelo disparo que atingiu a menina foi indiciado pelo crime de homicídio qualificado.

No mesmo dia em que Eloah foi baleada, a adolescente Beatriz Barcelos Nascimento, de 13 anos, também foi atingida. Ela foi baleada nas costas quando retornava para casa, após uma aula de dança próximo à comunidade do Dendê.
Versão da família
À época em que o caso aconteceu, o tio de Eloah, Michael Abe, de 43 anos, disse em entrevista ao O DIA que não havia nenhuma troca de tiros no momento em que a sobrinha foi atingida. Os familiares já apontavam os policiais militares como autores do disparo: "Não teve troca de tiros, não teve operação e não teve confronto. Teve foi uma polícia despreparada. O tiro nunca ia vir de cima como estão falando", disse ele.
A Polícia Militar, por outro lado, defendia naquele momento que policiais foram atacados a tiros por homens armados e manifestantes fecharam as vias no entorno, atiraram pedras contra as viaturas e as equipes. O Batalhão de Rondas Especiais e Controle de Multidão (Recom) e o Grupamento Aeromóvel (GAM) atuaram na ação.
Depois do caso, no dia 13 de agosto do ano passado, o comandante do 17º BPM (Ilha do Governador), tenente-coronel Fábio Batista Cardoso, foi afastado da administração da unidade.