Menino baleado em Caxias responde bem ao tratamento e risco de amputação é descartado

Rio - O menino de 11 anos baleado na perna enquanto jogava futebol no Parque Eldorado, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, tem apresentado evolução no Hospital Municipalizado Adão Pereira Nunes, onde está internado há uma semana. Inicialmente, a família temia que Cayo Menezes Santos da Rocha pudesse sofrer uma amputação devido à gravidade dos ferimentos, no entanto, ele responde bem ao tratamento e o risco foi descartado.

O incidente ocorreu na tarde de quinta-feira (23). Segundo familiares, os disparos que atingiram o garoto teriam partido de policiais militares. Cayo foi levado ao hospital às 20h11, com um ferimento que provocou exposição óssea e muscular extensa, além de significativa perda tecidual. O menino passou por uma cirurgia conduzida pelas equipes de Ortopedia e Cirurgia Vascular, sem problemas.

Apesar dos avanços, a criança segue internada na enfermaria pediátrica e ainda não há previsão de alta. De acordo com a prefeitura, Cayo está acordado, colaborativo, em bom estado geral e sendo acompanhada por uma equipe multidisciplinar.

De acordo com Luciano da Rocha, pai do menino, o filho relatou que não havia indícios de tiroteio na região e que policiais saíram de uma área de mata, já atirando. Assustada, a criança correu na direção de casa, mas acabou sendo atingida pelos militares. Ele diz que Cayo costuma jogar bola com os amigos todos os dias no campo de futebol e nunca havia presenciado nenhuma ação violenta no local.

A Polícia Militar informou que equipes do 15º BPM (Duque de Caxias) estavam em patrulhamento no bairro Pilar quando avistaram um veículo suspeito. Os ocupantes teriam atirado contra os policiais, iniciando um confronto. Na troca de tiros, um suspeito foi baleado e levado ao hospital, mas não resistiu. Após o confronto, os policiais relataram ter socorrido o menino de 11 anos, também encaminhado ao hospital. A corporação afirmou que instaurou um procedimento para investigar as circunstâncias do ocorrido

O pai da vítima revelou que o menino quer ser goleiro profissional e teme que o filho não consiga realizar o sonho. Luciano disse que, até o momento, não foi procurado ou recebeu qualquer apoio da corporação ou do Estado. O rapaz ainda pediu por justiça, para que outras crianças não sofram com a violência.

Em nota, a Polícia Civil informou que o caso foi registrado na 60ª DP (Campos Elísios). Os policiais envolvidos já prestaram depoimento e tiveram suas armas recolhidas para perícia. As investigações estão em andamento, e diligências estão sendo realizadas para identificar a origem do disparo que atingiu o garoto.