Equipe méidca do HMAPN vai avaliar C. M. A. da R, 11, nas próximas 48 horas para decidir sobre amputaçãoArquivo / Pedro Teixeira / Agência O Dia
De acordo com o pai do menino, Luciano da Rocha, o filho relatou que não havia indícios de tiroteio na região e que policiais saíram de uma área de mata, já atirando. Assustada, a criança correu na direção de casa, mas acabou sendo atingida pelos militares. Ele conta que o filho costuma jogar bola com os amigos todos os dias no campo de futebol e nunca havia presenciado nenhuma ação violenta no local. "Foi tudo de repente. O C. falou que eles já saíram de dentro do mato atirando. Ele tentou correr para casa, quando viu que tinham dado um tiro nele e caiu", contou o pai.
Segundo Polícia Militar, na tarde de quinta-feira, equipes do 15º BPM (Duque de Caxias) viram um veículo suspeito, no bairro Pilar, e os ocupantes atiraram nos policiais, provocando um confronto. Na ação, um suspeito ficou ferido e foi socorrido ao HMAPN, mas não resistiu aos ferimentos. A corporação informou ainda que, após a troca de tiros, os militares localizaram e socorreram uma criança de 11 anos para o mesmo hospital. Segundo a Secretaria Municipal de Duque de Caxias, o menino deu entrada às 20h11, baleado na perna esquerda, com exposição óssea e muscular extensa e perda tecidual importante.
"Graças a Deus ele está se recuperando, está em estado estável. Agora, vamos orar para dar tudo certo, para o meu filho voltar para casa com as duas pernas", afirmou Luciano. O pai da vítima revelou que o menino quer ser goleiro profissional e teme que o filho não consiga realizar o sonho. "Ele está triste, muito triste. A gente está botando ele para cima, falando que um dia ele vai voltar (a jogar). A gente sabe que é uma coisa difícil, mas a gente não pode deixar ele assim. Todas as crianças têm um sonho, a gente já foi criança um dia, sabe o que é um sonho. O sonho do garoto foi, assim do nada, jogado para o alto".
O pai da vítima ainda disse que, até o momento, não foi procurado ou recebeu qualquer apoio da corporação ou do Estado. Luciano pediu por justiça, para que outras crianças não sofram com a violência. "Do jeito que foi meu filho, pode ser outra criança daqui uma semana, daqui um dia. É muito violência", desabafou. A PM informou que um procedimento apuratório será instaurado para analisar as circunstâncias da ocorrência.
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