Publicado 03/12/2024 16:43
Rio - Entre os alvos da megaoperação no Complexo da Penha, desta terça-feira (3), estava Edgar Alves de Andrade, o 'Doca' ou 'Urso', de 54 anos, e Juan Breno Malta Ramos Rodrigues, o 'BMW'. Eles são considerados traficantes do alto escalão no Comando Vermelho. A dupla segue foragida. Ao todo, um suspeito morreu, seis pessoas ficaram feridas e 13 foram presos.
PublicidadeUm dos criminosos mais procurados do Rio, Doca, que batizou a sua quadrilha como 'Tropa do Urso', não foi encontrado pelas polícias Militar e Civil na operação de hoje. Com 24 mandados de prisão em aberto, o bandido era um dos principais alvos da operação. Velho conhecido da segurança pública do Rio de Janeiro, Edgar Alves está à frente, segundo as investigações da Civil, de dezenas de invasões sangrentas em comunidades do estado nos últimos três anos.
Doca também possui um mandado de prisão pelo desaparecimento de três meninos em Belford Roxo, na Baixada Fluminense, em 2021. No inquérito, uma testemunha afirmou que ouviu de Wille de Castro, o 'Stala', um dos executores, dizer que tinha permissão de Doca para cometer o crime. 'Stala' foi morto pelas mãos do próprio Doca, após o caso ganhar repercussão nacional. Ele também teria torturado e assassinado outros envolvidos no crime.
Na mesma época em que houve a morte dos meninos de Belford Roxo ocorreu o feminicídio de Bianca Lourenço, 24 anos, na Penha. A polícia descobriu que ela foi morta pelo ex-namorado, Dalton Vieira Santana, traficante subordinado a Doca. Ele matou Bianca por ela não querer mais o relacionamento. A jovem foi torturada antes de morrer, após visitar uma amiga na comunidade.
Segundo a Justiça, Doca é apontado como responsável por ter autorizado o assassinato e fornecer as informações para o crime ser realizado. O traficante Doca também chegou a ser investigado pelo rapto do helicóptero, em setembro de 2021, que pretendia resgatar presos de Bangu.
Doca e Juan Breno Malta, o BMW, também aparecem nas investigações do caso dos médicos executados na Barra da Tijuca, em outubro de 2023. Eles teriam ordenado a morte dos criminosos que mataram por engano os médicos. Os corpos dos suspeitos foram abandonados dentro de um carro na Zona Oeste do Rio.
Megaoperação no Complexo da Penha
A Operação Torniquete, deflagrada pelas polícias Civil e Militar no Complexo da Penha, nesta terça-fira (3), terminou com um suspeito morto, seis pessoas feridas e 13 presos. Além disso, 23 veículos roubados foram recuperados no interior da comunidade.
Cerca de 900 agentes cumpriram 114 mandados de busca e apreensão, oriundos de investigação da Delegacia de Repressão a Entorpecentes, em endereços de diferentes alvos ligados à facção criminosa que atua na região. Mais de 1 tonelada de drogas apreendida, uma central de crimes financeiros e um local de refino de droga estourados. Também houve apreensão de peças de fuzis desmontados, carregadores, roupas táticas, celulares e anotações do tráfico.
Segundo a Civil, a ação integrada tinha como objetivo cumprir mandados de prisão e de busca e apreensão contra traficantes do Comando Vermelho responsáveis, entre outros crimes, por ordenar roubos de veículos e de cargas para financiar a 'caixinha' da organização criminosa, o que viabiliza a compra de armamento, munição e o pagamento de uma 'mesada' aos parentes de integrantes presos da facção e de lideranças do grupo. Segundo as investigações, é do Complexo da Penha de onde partem as ordens para as disputas entre rivais em busca de expandir territórios.
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