Publicado 16/12/2024 20:34
Rio - A Prefeitura do Rio demitiu, nesta segunda-feira (16), 20 funcionários que estavam de plantão na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Cidade de Deus, na Zona Oeste, no dia da morte de José Augusto Mota da Silva, de 32 anos. O homem deu entrada na unidade com fortes dores e morreu aguardando atendimento.
PublicidadeA informação foi confirmada ao DIA pelo secretário de Saúde, Daniel Soranz. O responsável pela pasta já havia anunciado que os plantonistas seriam demitidos em uma postagem nas redes sociais, realizada no último sábado (14).
Segundo o secretário, os funcionários responderão a uma sindicância e serão denunciados aos respectivos conselhos de classe. "É inadmissível não perceberem a gravidade do caso", escreveu um dia após a morte.
A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) informou que entre os demitidos estão médicos, enfermeiros e recepcionistas.
De acordo com relatos, José Augusto da Silva deu entrada na UPA na noite da última sexta-feira (13) com fortes dores pelo corpo. Em imagens que circulam nas redes sociais, é possível ver o homem desacordado sentado em uma cadeira da recepção. Outro vídeo mostra ele, já sem vida, em uma maca sendo levado à Sala Vermelha, enquanto pacientes questionam uma funcionária por conta do ocorrido.
"O homem chegou aqui gritando de dor, e só o atenderam depois que ele morreu. Isso é uma ruindade, uma ruindade, todos são culpados", disse uma testemunha.
Na ala médica, foi constatada parada cardiorrespiratória. A SMS disse, em nota, que a coordenação abriu uma sindicância e irá utilizar as imagens e registros nos prontuários para "apurar o caso rigorosamente".
Os profissionais, por sua vez, relataram à pasta que "o paciente estava lúcido e entrou andando na unidade, acompanhado por uma pessoa que informou não poder permanecer no local" e que, após isso, tudo aconteceu muito rápido.
Dados do sistema da unidade mostram que a classificação de risco foi feita às 20h30 e, poucos minutos depois, foi acionada a equipe médica devido ao paciente encontrar-se desacordado.
O caso é investigado pela 41ª DP (Tanque). Segundo a Polícia Civil, diligências estão em andamento para esclarecer os fatos. O Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj) também apura a conduta dos profissionais envolvidos.
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