Durante o evento, Castro assinou o novo contrato com o MetrôRioPEDRO TEIXEIRA/ AGENCIA O DIA

Rio - Após mais de uma década de paralisação, o governador Cláudio Castro anunciou, nesta quinta-feira (10), a retomada das obras da Estação Gávea, da Linha 4 do Metrô, na Zona Sul. A previsão é que os trabalhos sejam concluídos em três anos, após a mobilização do canteiro e a drenagem dos túneis.
Durante o evento, Castro assinou o novo contrato com o MetrôRio, que unifica, pela primeira vez no Brasil, duas concessões de operação do sistema metroviário. O acordo também estende até 2048 o prazo da concessão das linhas pela atual operadora.
"Além da obra da estação Gávea, apresentamos solução para as barcas, o transporte intermunicipal, estamos resolvendo os trens. Mas, tão importante quanto a retomada desta obra, é a unificação das duas concessões do metrô, feita pela primeira vez no Brasil. A partir de agora, todos os debates são possíveis, incluindo a ligação Estácio x Praça XV, os estudos para a Linha 3 e a expansão até o Recreio. Vamos enfrentar a discussão também do valor da tarifa, que já está em estudo de viabilidade", disse Castro.
O projeto original da estação passou por adaptações para reduzir custos e viabilizar a conclusão da obra. O trecho em direção a São Conrado foi priorizado por estar praticamente finalizado — restam apenas 60 metros a serem escavados. A estimativa é de que cerca de 20 mil pessoas sejam beneficiadas com a entrega da estação.
Durante o evento, estudantes se manifestaram contra o aumento na tarifa do metrô, que passará a custar R$ 7,90 a partir deste sábado (12). Além disso, exigiram mais rapidez nas obras e defenderam a permanência do metrô de superfície até que o novo projeto seja concluído.
Novo contrato unificado
O novo contrato com o MetrôRio abrange as concessões das Linhas 1 e 2 — já operadas pela concessionária — e da Linha 4, anteriormente sob responsabilidade da Rio Barra. Elaborado pela Secretaria de Estado de Transporte e Mobilidade Urbana (Setram), o acordo contou com o suporte da Procuradoria Geral do Estado (PGE) e da Controladoria-Geral do Estado, e foi referendado pelo Ministério Público e pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE) na Justiça.
O documento estabelece direitos e obrigações das partes envolvidas, incluindo uma solução definitiva para os riscos estruturais da área da Estação Gávea. O MetrôRio se comprometeu a investir R$ 600 milhões nas obras. Já o Governo do Estado vai aportar R$ 97 milhões, com uma reserva adicional de R$ 300 milhões, caso sejam necessários novos recursos para a conclusão do projeto.
"A cidade possui grande demanda de transporte estruturante de alta capacidade. O investimento em metrô traz um enorme retorno para a sociedade, por meio do aumento da qualidade de vida, geração de empregos e impacto social e ambiental", afirmou o presidente do MetrôRio, Guilherme Ramalho
Para embasar tecnicamente o modelo contratual, a Setram contou com o apoio da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE), responsável pela definição do fluxo de caixa que guiará a relação financeira entre o Estado e a concessionária pelos próximos 25 anos.

O acordo também conta com índices de performance operacionais e de qualidade na prestação dos serviços, além de ferramentas para identificação e redução de riscos, aumentando a possibilidade de investimentos para levar melhorias aos mais de 600 mil usuários diários do sistema.