Fabíola de Andrade Coutinho foi morta pelo ex-companheiroReprodução
No Instituto Médico Legal do Centro (IML), a mãe de Fabíola, Ana Flavia de Andrade, explicou que o homem não aceitava o fim do relacionamento e já vinha praticando ameaças contra a filha.
"Depois que eles tiveram uma briga e que ela separou, ele ameaçava minha filha direto. Ele chegou a ir na casa da minha sobrinha duas vezes, ateou fogo e também ameaçou minha sobrinha de morte. Ele fez tipo uma armadilha pra minha filha, fez um Facebook fake, vinha conversando e ela estava pensando que era outra pessoa. Por fim, ele marcou esse encontro e matou minha filha. Eu quero Justiça", disse.
Moradora do Jacarezinho, na Zona Norte, Fabíola era a única mulher entre quatro irmãos. Para a mãe, o ex-genro nunca passou confiança.
"A minha filha conheceu ele através de uma amiga. No início, eu já não gostava dele, mas não desfazia, tratava bem, até pra não chatear minha filha, mas eu achava que nele tinha algo estranho, não tinha confiança, ele não me passou segurança, mas guardei isso pra mim. Ele trabalhava em um petshop, mas ele já tinha arquitetado tudo, porque quando ele ameaçou ela, saiu do trabalho, excluiu o Facebook e todas as redes sociais", contou a mãe.
A prima de Fabíola, Meire de Andrade, também esteve no IML e relatou que a jovem pretendia iniciar a faculdade de Direito ainda neste ano.
"Ele acabou com os sonhos dela, ela era uma pessoa amiga, estudiosa, estava terminando os estudos, ia fazer faculdade de Direito, queria ser advogada. A última conversa que eu tive com ela foi ontem a tarde, ela falou que ia tirar a henna da sobrancelha e ia voltar, mas não voltou. Ele já vinha ameaçando ela, me ameaçava também. Ela falava que ia registrar o boletim de ocorrência, mas acabou não indo à delegacia", lamentou.
Segundo a família, os dois tiveram um relacionamento de cerca de cinco meses marcado por uma série de agressões.
"Ela saiu de casa pra ir em um encontro, ele fez um fake e ela caiu. Ela era agredida, ele era muito ciumento e ela não quis mais, ficou morando comigo por uns três meses. Nesse período, ele perturbou, ateou fogo, chegou lá em casa querendo agredir eu e ela. Ela chegou a morar com ele, mas o relacionamento foi ficando conturbado e ela não quis mais, mas ele não aceitou a separação. Ele chegou a abrir a boca dela, ela levou oito pontos", contou a prima.
Meire ainda descreveu Sérgio como uma pessoa bipolar. "Ele tinha duas personalidades. Ele chegou a ir na minha casa com ela algumas vezes, eu cheguei a ir na casa deles. Ele não mostrava ser agressivo na nossa frente, mas ela me contava que ele já tinha agredido ela. Ele falou que se ela não ficasse com ele, não ficaria com ninguém", disse.
Por fim, a prima contou que a dor da perda está sendo difícil para toda a família. "Ninguém aceita perder, ainda mais desse jeito. Ela não fazia mal pra ninguém e o cara não aceitava o fim do relacionamento. Encontraram ela desfalecendo, prenderam ele, iam linchar ele, mas a polícia chegou e não deixaram fazer nada com ele", explicou.
De acordo a Polícia Militar, agentes do 22º BPM (Maré) estiveram no local após serem acionados por populares. A ocorrência foi encaminhada à Delegacia de Homicídios da Capital.
Em nota, a Polícia Civil afirmou que outras diligências estão em andamento para apurar as circunstâncias dos fatos.
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.