Convento de Santo Antônio, na Carioca, teve programação para os devotos neste Dia dos NamoradosÉrica Martin/Agência O Dia

Rio – Santo Antônio é popularmente conhecido como aquele que "arranja" casamento, mas não só. Também considerado padroeiro dos mais necessitados e dos que buscam encontrar algo perdido - além de ser um dos símbolos dos festejos juninos - é procurado anualmente nesta época por fiéis com demandas diferentes. De saúde a emprego, passando por família e, claro, amor. E assim foi nesta quinta-feira (12), Dia dos Namorados, no convento dedicado a ele, no Largo da Carioca, Centro do Rio, no último dia de trezena à véspera do dia em que é celebrado.
Aniversariante do dia, dona Estella Melo, de 88 anos, é uma prova da versatilidade de Santo Antônio. Em mais um ano no convento da santidade da qual é devota há muitas décadas, ela disse ao DIA que sempre fez pedidos diversos. Mas no seu caso especificamente, a vocação casamenteira do santo se fez valer, já que dentre os anseios atendidos está o marido Pedro Paulo, falecido há 20 anos, com quem ficou casada por 50.
“Sempre fiz meus pedidos, inclusive o casamento. E Santo Antônio me deu um marido maravilhoso, que nasceu no mesmo mês que eu. E depois passei a pedir para que tivéssemos um relacionamento saudável, com companheirismo”, disse dona Estella, moradora de Rocha Miranda.
Já Luiza Ribeiro admitiu que o matrimônio com João, com quem está há 35 anos, não foi necessariamente um pedido a Santo Antônio. Bem-humorada, ela brinca ao afirmar que se fosse recorrer a manifestações divinas por um companheiro, não seria à santidade celebrada nesse dia 13: “Pediria a São José, que dizem que manda marido rico (risos). Já Santo Antônio, o que ele enviar, a gente tem que aceitar”.
Moradora do Centro, Luiza, de 50 anos, fez questão de exaltar o marido, de 68: “É uma pessoa boa, faz o que eu quero, uma pessoa que não maltrata, não briga, está do meu lado para qualquer cosia. Então está muito bom. Poucas pessoas têm essa sorte”.
Frei Roger Brunório - atuante há uma década anos no convento, que completa 417 anos de fundação em 2025 -, é testemunha de algumas façanhas casamenteiras já promovidas por Santo Antônio: “Um casal contou que tem quase cinquenta anos de casado depois de se conhecer aqui. Tem gente que volta com o namorado, a quem conheceu um ou dois anos após ter vindo aqui”, relatou ele, que esteve presente no encerramento da trezena, uma série de atividades realizadas nos 13 dias que antecedem o dia do santo.
Para além do amor
Também aniversariante do dia, completando 52 anos, Frei Roger Brunório, que pertence à ordem franciscana, reforçou que os pedidos não se resumem a casamentos: “Vão de acordo com a realidade que a pessoa está passando. Pedem pela família, pela saúde, pela questão financeira... Sobre o problema da violência na cidade. Então elas vêm buscar, mas sobretudo, também agradecer a graça alcançada”.
Dona Estella afirmou que desde que ficou viúva, nunca mais se casou. A partir de então, passou a concentrar os clamores na família: "Sempre peço pela saúde da família. Pelas três filhas e pela neta, que é recém-formada, para que tenha um bom caminho".
Devota desde que nasceu, como gosta de se definir, Luiza, que é mãe de uma Antônia e neta de um Antônio, também já teve pedidos dedicados à família atendidos pela entidade: "Já pedi para minha filha nascer perfeita, para nunca repetir de ano; para minha irmã arrumar emprego”, enumerou ela, resumindo o necessário para ser agraciado por Santo Antônio: "Quando se tem fé, nada é difícil".