Publicado 13/10/2025 17:19
Rio - A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) informou que, nesta segunda-feira (13), realizou a manutenção de equipamentos da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Costa Barros, na Zona Norte do Rio, e substituiu os insumos que têm prazo de validade. Durante a ação, policiais militares e veículos blindados da corporação permaneciam na entrada da clínica.
PublicidadeA UPA de Costa Barros está fechada desde o último dia 30, quando criminosos entraram à força na unidade, agrediram e sequestram pacientes e intimidaram profissionais da saúde. Na última semana, a SMS garantiu que a clínica só será reaberta quando a ocupação permanente da PM se consolidar na região e os bandidos responsáveis do ataque forem presos.
"A Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro ainda aguarda uma resposta dos órgãos de segurança pública do Estado sobre a segurança na região e sobre a investigação dos traficantes que invadiram a unidade, sequestraram funcionários e paciente, alvejaram a bala o carro de uma médica e colocaram granadas no local", comunicou a pasta.
Na ocasião, os bandidos teriam invadido a unidade à procura de baleados em um confronto de facções. A área fica próxima aos complexos do Chapadão e da Pedreira, que vivenciam uma disputa entre Comando Vermelho (CV) e Terceiro Comando Puro (TCP) pelo controle territorial.
Na terça-feira passada (7), a PM anunciou que o 41º BPM (Irajá) realizará a ocupação na região por tempo indeterminado. A corporação destacou que Costa Barros "apresenta grande complexidade" e que "mantém esforços permanentes de policiamento e ações de proximidade, com o objetivo de proteger vidas, restabelecer a ordem e ampliar a sensação de segurança da população". A instituição ainda se disse aberta ao diálogo, a fim de atuar de forma integrada e contínua para garantir tranquilidade à população do bairro e de áreas vizinhas.
Em meio ao impasse entre a PM e a SMS, pacientes da região sofrem com a falta de atendimento. Moradora da comunidade do Quitanda, no Complexo da Pedreira, Mirela Sousa contou que procurou a unidade para a filha de 12 anos, que não conseguia andar por conta de dores no corpo, mas encontrou as portas fechadas. A corretora de imóveis precisou da ajuda de um amigo para seguir com a menina até a UPA de Rocha Miranda.
"Um absurdo, estamos sem atendimento. Sexta, minha filha estava bem debilitada, sem poder andar, devido à dores no corpo, e como ela tem 12 anos já não posso mais levar no colo. Tive que pedir a um amigo que é motorista de aplicativo para me trazer (para a UPA de Rocha Miranda) e nos levar para casa, onde chegamos às 0h28. Com a UPA funcionando seria bem melhor, eu iria ia ser atendida e logo estaria em casa com ela", lamentou Mirela. "É um sentimento de revolta, porque está na constituição que temos direito à saúde, coisa que não estamos tendo o básico".
Leia mais

Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.