UPA de Costa Barros segue fechada, nesta terça-feira (7)Reginaldo Pimenta/Agência O Dia

Rio – A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) garantiu que só vai reabrir a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Costa Barros, na Zona Norte, depois que a ocupação permanente da Polícia Militar na região, anunciada nesta terça-feira (7), se consolidar. A clínica está fechada há uma semana, desde que criminosos entraram à força, agrediram e sequestraram pacientes e intimidaram profissionais.
A pasta ainda condicionou a retomada do atendimento a prisões dos bandidos. Na ocasião, eles teriam invadido a unidade à procura de baleados em um confronto de facções. A área fica próxima aos complexos do Chapadão e da Pedreira, que vivenciam uma disputa entre Comando Vermelho (CV) e Terceiro Comando Puro (TCP) pelo controle territorial.
De acordo com a PM, o Coronel Marcelo de Menezes Nogueira, secretário responsável pela corporação, determinou a ocupação por tempo indeterminado. A missão ficará a cargo de agentes do 41º BPM (Irajá), unidade que lidera o ranking de apreensões de fuzis no ano, com 89 armas interceptadas.
A PM destacou que Costa Barros “apresenta grande complexidade” e que “mantém esforços permanentes de policiamento e ações de proximidade, com o objetivo de proteger vidas, restabelecer a ordem e ampliar a sensação de segurança da população”. A instituição ainda se disse aberta ao diálogo, a fim de atuar de forma integrada e contínua para garantir tranquilidade à população do bairro e de áreas vizinhas.
Operação
Nesta terça (7), policiais do 41º BPM (Irajá), com apoio do 9º BPM (Rocha Miranda), realizaram uma operação na Pedreira com o objetivo de prender envolvidos com tráfico de drogas e roubos de veículos e cargas. Três homens foram presos na Comunidade Para-Pedro portando três pistolas, um bloqueador de sinal e drogas.
Já na semana passada, PMs estiveram por dois dias seguidos no Chapadão, dominado pelo CV, com a mesma finalidade.
Em meio ao impasse entre a PM e a SMS, pacientes da região sofrem com a falta de atendimento. Moradora da comunidade do Quitanda, no Complexo da Pedreira, Mirela Sousa conta que na última sexta-feira (3) procurou a unidade para a filha de 12 anos, que não conseguia andar por conta de dores no corpo, mas encontrou as portas fechadas. A corretora de imóveis precisou da ajuda de um amigo para seguir com a menina até a UPA de Rocha Miranda.
"Um absurdo, estamos sem atendimento. Sexta minha filha estava bem debilitada, sem poder andar, devido à dores no corpo, e como ela tem 12 anos já não posso mais levar no colo, então tive que pedir um amigo que é motorista de aplicativo para me trazer (para a UPA de Rocha Miranda) e nos levar para casa, onde chegamos já era 0h28 em casa. Com a UPA funcionando seria bem melhor, eu iria ia ser atendida e logo estaria em casa com ela", lamentou Mirela. "(É um sentimento) de revolta, porque está na constituição que temos direito à saúde, coisa que não estamos tendo o básico".