Glaidson Acácio dos Santos, conhecido como ‘Faraó dos Bitcoins’, foi preso na operação Kryptos, em 2021Internet

Rio - O Tribunal de Justiça do Rio (TJRJ) condenou Glaidson Acácio dos Santos, o Faraó dos Bitcoins, a 19 anos e dois meses de prisão por organização criminosa e corrupção ativa. Em decisão publicada na última quinta-feira (2), Daniel Aleixo Guimarães, considerado o braço-direito de Glaidson, recebeu uma pena de 16 anos e quatro meses.
O juízo da 1ª Vara Especializada em Organização Criminosa determinou ainda que o Faraó dos Bitcoins retorne a um presídio federal de segurança máxima fora do Rio de Janeiro. Detido no Presídio Federal de Catanduvas, no Paraná, desde 2023, Glaidson foi encaminhado à Penitenciária Laércio da Costa Pelegrino (Bangu 1), na Zona Oeste, para participar presencialmente de audiências relacionadas a um processo que tramita sob segredo de Justiça.
De acordo com as investigações, Glaidson comandava um grupo ligado a diferentes delitos, desde um esquema de pirâmides financeiras com criptomoedas até assassinatos. Os negócios ilícitos se davam em torno da GAS Consultoria e Tecnologia LTDA., que teve falência decretada em maio deste ano. Estima-se que a empresa tenha movimentado R$ 38 bilhões e causado prejuízo a centenas de pessoas com a promessa de lucros de 10% aos mês para os investidores.
Quando o "Faraó" foi detido em 2021, em uma mansão no Rio, a Polícia Federal encontrou mais de R$ 13,8 milhões em dinheiro e barras de ouro. Sua transferência ocorreu após uma investigação apontar que ele comandava um grupo de pistoleiros que monitorava e eliminava concorrentes do mercado de criptomoedas na Região dos Lagos. O serviço contava com inteligência, armas, informantes, empresas de fachada e matadores profissionais.
Daniel Aleixo era subordinado a Glaidson e recebia ordens para organizar ações criminosas, como a contratação de pistoleiros e detetives, compra de armas e aluguel de carros. As investigações apontam que a quadrilha pagou R$ 150 mil a policiais da Delegacia de Defraudações para que eles realizassem contra uma empresa concorrente. Em dezembro, quatro policiais civis foram condenados pelo esquema.
Pessoas próximas a Glaidson também entraram na mira dos investigadores. No último dia 11, Thiago Julio Galdino, apontado como responsável por uma série de homicídios consumados e tentados a mando do "Faraó", foi preso por policiais da Delegacia de Roubos e Furtos de Automóveis (DRFA).
A venezuelana Mirelis Diaz Zerpa, de 41 anos, mulher dele, também está presa. Acusada de participar de uma rede de lavagem de dinheiro, ela foi detida pela Polícia Federal em 21 de junho, após ser deportada dos Estados Unidos.