A invasão à UPA Costa Barros levou pânico a pacientes e funcionários nesta terça (30)Reprodução

Criminosos armados invadiram a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Costa Barros, Zona Norte do Rio, por volta das 5h45 desta terça-feira (30), e agrediram dois pacientes – um estava na Sala de Medicação, e o outro, na Vermelha. As vítimas chegaram a ser levadas do local, mas foram liberadas na sequência. 
Segundo o secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, os bandidos ameaçaram a equipe de profissionais e levaram pânico aos 11 pacientes internados naquele momento. Eles foram transferidos para o Hospital Municipal Ronaldo Gazolla, em Acari, também na Zona Norte. Até as 16h, a UPA permanecia fechada. “Sem segurança para abrir”, disse Soranz ao DIA.
“As unidades de saúde precisam ser respeitadas. A vida de pacientes e profissionais não pode continuar sob risco. Não podemos naturalizar situações como essa”, publicou o secretário nas redes sociais.
Os invasores estariam em busca de homens baleados em um confronto de facções. Em retorno à reportagem de O DIA, no entanto, as forças policiais não mencionaram pacientes baleados ou retirados da UPA.
A PM informou não ter sido comunicada sobre entrada de feridos por arma de fogo na unidade, tampouco a invasão de criminosos na unidade. A corporação alegou que tomou conhecimento dos fatos somente por meio da imprensa e, em seguida, reforçou o policiamento na região.

A PM acrescentou que "mantém diálogo aberto com a população e com instituições públicas, incluindo a Secretaria Municipal de Saúde, para assegurar a prestação de um serviço público seguro e de qualidade".

Já a Polícia Civil divulgou que a Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) foi acionada após informação de que criminosos haviam sequestrado uma ambulância para levar um comparsa baleado à UPA de Costa Barros. O homem, porém, já chegou sem vida à unidade. A investigação segue para apurar a morte e o uso irregular do veículo.

Quanto à "suposta invasão na unidade", a corporação destacou que, até o momento, a SMS não comunicou o fato na 39ª DP (Pavuna).
Invasão ao Pedro II
A ofensiva criminosa na UPA de Costa Barros acontece pouco mais de duas semanas de um caso semelhante no Hospital Municipal Pedro II, em Santa Cruz, na Zona Oeste. No último dia 18, um grupo rendeu os seguranças na garagem e se dirigiu ao centro cirúrgico em busca do paciente Lucas Fernandes de Souza, 31 anos, que estava internado após sofrer um atentado. Um dos criminosos usava colete à prova de balas da Draco.
Os bandidos permaneceram cerca de 20 minutos na unidade e não encontraram o Lucas, que já havia sido liberado e estava na enfermaria. O caso aconteceu por volta de 2h30.
Segundo investigações, Lucas tem passagem pela polícia por envolvimento com a milícia. Informações iniciais apontam que ele migrou para o tráfico, o que teria motivado o atentado.
Soranz e o secretário estadual de Segurança Pública, Victor Santos, bateram boca, por meio de entrevistas, sobre a recorrência com a qual unidades de saúde têm sido afetadas por situações de violência na capital fluminense.
“Só esse ano, 516 vezes, uma unidade de saúde precisou ser fechada por um conflito armado ou por uma questão de segurança. A situação vem aumentando numa velocidade muito grande na cidade do Rio”, observou Soranz.
“O secretário Soranz está mentindo. Ele é mentiroso! Isso não condiz com a verdade. Não existe esse número de ocorrências”, rebateu Santos.