Rio - A Polícia Civil realizou, nesta segunda-feira (17), mais uma fase da "Operação Rastreio" contra um esquema nacional de desbloqueio e receptação qualificada de aparelhos celulares. Na ação, os agentes cumpriram 132 mandados de busca e apreensão em 11 estados, são eles: Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina, Alagoas, Pernambuco, Maranhão, Piauí, Pará e Rondônia.
Ao todo, 32 suspeitos foram presos em flagrante e mais de 2.500 aparelhos apreendidos, além de componentes eletrônicos, cartões clonados, HDs e computadores. Durante as buscas, as equipes também recuperaram um veículo roubado e encontraram cerca de R$ 52 mil em espécie.
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Os alvos são clientes ativos e recorrentes de um criminoso apontado como referência em desbloqueio de celulares, preso na primeira fase da operação. Ele realizava os serviços de forma online e ministrava cursos à distância, ensinando a efetuar os procedimentos. Além disso, as pessoas também enviavam aparelhos roubados para serem desbloqueados.
Ainda na ação, as equipes investigam suspeitos que atuavam na reintrodução dos dispositivos de origem ilícita no mercado, visando dar aparência lícita aos bens. Muitos endereços são estabelecimentos comerciais, como lojas, boxes e quiosques.
Segundo investigações da Delegacia de Repressão a Crimes Contra a Propriedade Imaterial (DRCPIM), parte dos alvos visava o desbloqueio dos aparelhos para acessar dados sensíveis das vítimas, em especial para abertura ilegal de contas bancarias e acesso a aplicativos de bancos, para contrair empréstimos fraudulentos e subtrair valores das contas.
Em coletiva de imprensa no Palácio Guanabara, o governador Cláudio Castro e o secretário de Polícia Civil Felipe Curi reforçaram a importância da operação.
"A Operação Rastreio evidencia o compromisso do Governo do Estado não somente para estabelecer a ordem, mas também para garantir que a população não se sinta vulnerável. O celular, hoje, é considerado um dos bens mais valiosos, pois contém nossos dados e informações pessoais. Continuaremos ampliando essa iniciativa, com estratégia e tecnologia, para cortar o mal pela raiz e fortalecer as ações de combate direto ao crime organizado", disse Castro.
"Estamos fazendo um trabalho muito grande em cima do receptador para evitar que o ladrão, aquele que rouba o aparelho, que ele não tenha como escoar esse tipo de equipamento e alimentar essa cadeia criminosa", frisou Curi.
A operação conta com o apoio das polícias civis locais, além do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), por meio da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp) e da Diretoria de Operações Integradas e de Inteligência (Diopi).
Considerada a maior iniciativa do governo do Rio para combater o roubo e a revenda ilegal de celulares, a iniciativa já permitiu recuperar mais de 10 mil aparelhos. Sendo 2.800 devolvidos aos donos. Desde o início, mais de 700 pessoas foram presas por envolvimento nesses crimes, entre assaltos, furtos e receptação.
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