Publicado 01/11/2025 16:57 | Atualizado 01/11/2025 20:55
Rio - O Disque Denúncia divulgou, neste sábado (1º), um cartaz pedindo informações sobre os envolvidos no tiroteio que terminou na morte de Bárbara Elisa Yabeta Borges, de 28 anos, baleada na cabeça dentro de um carro de corrida por aplicativo, na Linha Amarela, na altura do Complexo da Maré, na Zona Norte.
PublicidadeO confronto entre criminosos ocorreu próximo ao Morro do Timbau, na tarde desta sexta-feira (31). Bárbara estava indo para o Cachambi depois de deixar a Ilha do Governador. O condutor contou para os policiais que, ao entrar na Linha Amarela ouviu disparos e percebeu que a passageira estava ferida no banco traseiro. Ela foi socorrida e encaminhada ao Hospital Federal de Bonsucesso, mas não resistiu.
"Ouvi um estrondo, então fui mais à frente e mandei ela se abaixar. Cheguei a abrir o carro, mas logo vi que ela tinha sido atingida por um tiro. Mais à frente, vi uma viatura e me guiaram até o hospital. Foram muitos disparos, parecia que tinham jogado uma bomba no meu carro", disse o motorista à imprensa na frente da 21ª DP (Bonsucesso).
Um vídeo gravado por uma moradora mostra o momento em que um suspeito também foi baleado na pista. Segundo a testemunha, ele participava do confronto. Em outra gravação, é possível ver motoristas dando ré e dirigindo na contramão para escapar do fogo cruzado.
Assista:
O caso é investigado pela Delegacia de Homicídios da Capital (DHC).
Planos de engravidar
Na manhã deste sábado (1º), familiares de Bárbara estiveram no Instituto Médico Legal (IML), no Centro, para reconhecer e liberar o corpo. Ao DIA, Andréia Assis, sogra da mulher, disse que ela tinha planos de engravidar.
"A menina falava tão doce. Não tem o que dizer. Era uma menina excepcional, trabalhadora, conquistando o espaço dela, foi promovida há pouco tempo, super feliz. Conseguiu passar, tirou a carteira de motorista, vibrando, altos planos com meu filho", lamentou.
Segundo Andréia, na tarde desta sexta-feira (31), seu filho, que estava em São Paulo, ligou, desesperado, dizendo que a localização do celular de Bárbara, rastreado através de um serviço de GPS, indicava que ela estava em um hospital.
"Fui fazer um negócio lá embaixo no prédio e vi uma senhora vendo um vídeo desse arrastão. Eu perguntei para ela: 'Isso é agora?', porque a gente nunca sabe. Ela disse que sim, era naquele exato momento. Quando eu subi, ele [o filho] me ligou, mas já me ligou transtornado. 'Mãe, corre, o que está acontecendo com a Bárbara? Aconteceu alguma coisa, está dando a localização dela dentro do Hospital de Bonsucesso'. Só que a gente esperava o quê? Ela passou mal, está ferida. Mas a menina já chegou lá praticamente morta", relembrou.
Andréia também protestou contra a violência no Rio e considerou o problema uma "politicagem". "Vítimas somos nós, que só de uma moto encostar do seu lado, você já treme. Da pessoa virar e falar: 'Desce, perdeu'. Você não conseguir desatar um cinto, levar um tiro. De você ter que comprar dois celulares, um para saber que o bandido vai levar e outro para você usar. De você não poder ter um lazer. De você sair de casa já nesse estresse, de saber se vai voltar."
O sepultamento de Bárbara ocorrerá às 16h deste domingo (2) no Cemitério de Irajá. O velório começará às 13h.
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