Publicado 29/03/2021 17:41 | Atualizado 29/03/2021 17:41
Volta Redonda - A equipe ambiental do Movimento Ética na Política de Volta Redonda (MEP-VR) realizou a segunda etapa do Seminário Ecologia Política, no sábado dia 27. O evento online pode ser conferido através do link: https://www.youtube.com/watch?v=9HGhrCeAeAg.
O evento de caráter popular-acadêmico teve a apresentação e mediação do Professor Dr. Fernando Pinto, coordenador da equipe do MEP, tendo na mesa de debate, o Professor Dr. Francisco Gurgel (UNIFOA), a professora Dra. Ligia Soares (UFF-Aterrado) e o Professor e Arquiteto Linconl Botelho (UGB-FERP).
Os palestrantes apresentaram importantes aspectos relacionados aos passivos ambientais, o direito ambiental fundamental, desigualdades sociais e a importância da participação popular.
“Os expositores em suas falas mantiveram como pano de fundo, a pesquisa socioambiental realizada pelo MEP em fevereiro de 2021”, lembrou Fernando.
“A legislação ambiental é bem favorável, porém a sociedade e o Poder Público precisam movimentar-se. Por exemplo, temos alguns indicadores que município ganha zero ponto no quesito ambiental, estamos 37º lugar perante 92 municípios do Estado em relação ao ICMS ecológico, para nossa cidade, o índice é muito alto. A questão do passivo ambiental, pouco difundido e conhecido conforme pesquisa, é um grande desafio, estamos no 3ª lugar em quantidade de áreas contaminadas no Estado, com 16 áreas. Sendo a montanha de escória em Volta Grande IV, a grande pendência, que se arrasta na justiça”, destacou Professor Dr. Francisco Gurgel.
“A discussão sobre meio ambiente é uma questão global, e ganhou força na conferência de Estocolmo em 1972, e depois com a Rio-92 fica configurado como um direito fundamental da vida. E não se trata só do meio físico, tem a implícita ligação com sociedade humana. Nesse contexto, vale lembrar que a pressão econômica retira direitos, agride o meio ambiente, adoece as pessoas, e faz surgir a pobreza, desigualdades. A pobreza reduz a capacidade de investimento ambiental nos países pobres, fruto do sistema econômico concentrador e desigual. A saída será de responsabilidade de todos, de forma tripartite: Empresa-Estado-Sociedade”, e com a participação e organização popular”, disse a professora Ligia Soares.
Depois de refletir diferentes aspectos dos arranjos territoriais do processo urbanístico históricos das ocupações dos espaços em VR, o professor e arquiteto, Lincoln Botelho propôs a criação de “observatório ambiental”.
“O certame com as duas falas está muito bem definido para aplicabilidade local. Nossa tarefa é fazer sair da prateleira trabalhos, experiências, que estão paradas. Não podemos conviver com a paralisia, com falta de protagonismo ambiental na cidade. Este ano, por exemplo, teremos a elaboração do Plano Plurianual. Precisamos nos movimentar, criarmos uma espécie de ‘observatório ambiental’, buscamos saber do ‘estado da arte’ que se encontra o meio ambiente em Volta Redonda”, falou Lincoln Botelho.
O Prof. Fernando Pinto, mediador do debate, agradeceu os palestrantes, e apresentou as várias questões levantadas pelos participantes, via chat, sendo todas observações respondidas pelos palestrantes. Na sequência, depois de duas horas, Fernando, apresentou os indicadores para continuidade do trabalho do MEP e especial atenção à participação popular: sistematizar os seminários e publicização; ofertar ao Poder Público os elementos suscitados nos seminários, via audiências, diálogos e debates; realizar a terceira etapa do seminário no segundo semestre 2021 e manter processo de escuta e debate junto a comunidade, escolas e universidades.
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