Publicado 30/06/2021 11:29
Volta Redonda - O lançamento do livro “Ministério Público e Movimentos Sociais: Encontros e Desencontros”, escrito pelo Procurador da República na Baixada com atuação em Volta Redonda e região entre 2014 e 2017, Julio José Araujo Junior, aconteceu na noite desta terça-feira, dia 29. O evento foi online através do canal do Observatório dos Direitos Humanos do Sul Fluminense-UFF no YouTube.
O lançamento foi mediado pela Professora Alejandra Esteves, coordenadora do Observatório. Ao iniciar a sala, saudou os internautas, os membros da equipe de trabalho, e o Dr. Julio, passando-lhe a palavra. Grato pela audiência e organização do Observatório e seus parceiros na estruturação do evento, Julio Araujo, contou como surgiu a obra.
“O pensar a instituição da democracia não eleita, provocou-me o como refletir as possibilidades do envolvimento das entidades com os movimentos sociais. Entre 2013 a 2017, o Conselho Nacional do Ministério Público, promoveu vários encontros com os Movimentos Sociais, o fato culminou em 2017 na Recomendação 61 – “O MPF deve interagir com a sociedade”. A partir de análise desses encontros refleti, e discutir algumas características da instituição, os elementos levaram-me a problematizar os pontos de tensão. Daí encontros e desencontros”, explicou o Procurador ao mostrar o livro.
Em seguida, sem dar spoiler do livro, elencou algumas questões descritas no livro, como a Comissão da Verdade, reparações relativas à ditadura, embates com a CSN (Companhia Siderúrgica Nacional). Na sequência, a professora Alejandra, de forma alternada deu ‘lugar de fala’ à alguns atores sociais, que durante o período de atuação do Julio Araujo na região, tiveram participações marcantes em diferentes demandas junto ao MPF.
Fizeram uso da palavra: Fatinha do Jongo que abordou a história de luta do povo jongueiro da região e a conquista do espaço de terras em antigas fazenda(Pinheiral); Toninho Canecão que destacou as conquistas do Quilombo São José( Valença); Sandro Alves, da Comissão Ambiental Sul, elencou os passivos ambientais da CSN e as importantes conquistas na defesa da Floresta da Cicuta; Lincoln Botelho, traçou com sentimento a recuperação da memória e história das lutas populares e operárias contra a ditadura e as reparações a partir da Comissão Municipal da Verdade, a nominação da Ponte D. Waldir Calheiros, no lugar do ditador.
O professor Álvaro Brito, também comentou o inédito fato e reparação - direito de resposta em uma rádio de Barra do Pirai, por conta do radialista fazer discriminação contra negros e os Direitos Humanos; Danilo Caruso, pontuou as questões das ‘terras da CSN’, processo do MPF que tornou evidente e a clara falta de função social às terras’ não operacionais da CSN’ , por fim, Márcia Lobão, em um relato emocionado falou sobre a importância da atuação do Dr. Julio, exatamente depois da morte de D. Waldyr em novembro de 2013, e em 2014, quando ele chega dando escuta e força aos Movimentos. Na fala, Márcia, pontuou várias situações arguidas pelo Dr. Julio - moradia, ocupação de terras urbanas e rural, imposto progressivo e mobilidade urbana.
A Procuradora da República no Rio de Janeiro, Bruna Menezes, presente e atenta ao evento, cumprimentou o colega e agradeceu a oportunidade.
“Desde início acompanhado o evento, fico muito feliz em ver o colega, que é referência nacional na defesa dos Direitos Humanos, lançando seu livro. A interlocução dita pelo Julio, é fundamental. Tenho interesse de conhecer as pautas da região, e dentro das minhas atribuições me coloco à disposição. Estou muito feliz de estar aqui participando desse momento. E ver o que colega, com seu carinho e atenção por onde passa deixa marcas, é muito gratificante. O Julio, é assim. Muito Obrigada”, destacou a Procuradora.
Na fala final, o Procurador da República, Julio Araujo, comentou sobre a emoção que sentiu. “Confesso, já emocionei-me, estou muito impactado pelo carinho, e agradecido aos amigos e amigas do Sul Fluminense pelo carinho e por tantas caminhadas”, disse.
A mediadora do evento, Alejandra, finalizou agradecendo e registrando as mensagens dos Defensores Públicos: João Helvécio (DPE), Claudio Luiz (DPU), do Padre Clésio Alves (Pinheiral), da equipe de TI do Observatório e os internautas.
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