Zelensky escuta instruções do comandante Fedosenko sobre o avanço russo até KharkivDivulgação / Presidência da Ucrânia / AFP

O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky, disse em entrevista exclusiva à AFP que espera uma grande ofensiva russa no norte e leste do país com o objetivo de ocupar a cidade de Kharkiv, região onde Moscou continua neste sábado (18) sua ofensiva iniciada em 10 de maio.

A ofensiva russa "pode consistir em várias ondas. Houve uma primeira onda", disse Zelensky na sexta-feira, após Moscou alcançar suas maiores conquistas territoriais desde o final de 2022. No entanto, garantiu que, apesar dos avanços russos nos últimos dias, a situação para suas forças está melhor do que há uma semana.

Segundo Zelensky, a Rússia pretende tomar a capital regional Kharkiv, a algumas dezenas de quilômetros do front, após fracassar em uma primeira tentativa em 2022. Entretanto, o presidente russo Vladimir Putin afirmou na sexta-feira que não tem intenção de atacá-la "por enquanto".

Avanço do inimigo
Um pouco mais ao oeste, as forças russas avançaram no segundo eixo de ataque à região. O alvo é a localidade de Lukyantsi, para abrir caminho em direção a Lipsi, outra cidade da região de Kharkiv. Na sexta-feira, o Exército reivindicou a tomada de 12 cidades da região em uma semana.

Com 257 km conquistados na região de Kharkiv, segundo uma análise da AFP baseada em dados do Instituto Americano para o Estudo da Guerra, Moscou alcançou em uma semana suas maiores conquistas territoriais desde o final de 2022.

Na tarde de sexta-feira, novos ataques russos em Kharkiv deixaram pelo menos três mortos e 28 feridos, segundo dados fornecidos pelo prefeito, Igor Terekhov.

Em Vovchansk, os ataques russos mataram um homem de 35 anos e feriram um homem de 60, ambos civis, segundo a promotoria regional.

Em Odessa, cidade portuária no sul do país, um bombardeio russo deixou um morto e cinco feridos, segundo o governador local, Oleg Kiper.

Bombardeios e incêndios na Rússia 
O Exército russo afirmou que várias regiões russas e a Crimeia – uma península ucraniana anexada pela Rússia em 2014 – foram atacadas com mais de cem drones lançados a partir da Ucrânia, causando três mortes e danos em infraestruturas.

O governador da região de Belgorod anunciou as mortes de uma mãe e de seu filho de quatro anos durante um ataque na cidade de Oktyabrsky e a morte de um homem em Novaia Naumovka, além de um ferido.

Na região de Krasnodar, sudoeste da Rússia, um ataque com drones ucranianos provocou um incêndio em uma refinaria, sem provocar vítimas. Além disso, várias "infraestruturas civis" em Novorossiysk, às margens do Mar Negro, sofreram danos e incêndios.

Na Crimeia, península ucraniana anexada pela Rússia em 2014, a cidade de Sebastopol ficou sem energia elétrica depois que uma subestação foi danificada, segundo as autoridades locais.