Brasília - O julgamento de recurso do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, marcado para quarta-feira que vem na sede do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, em Porto Alegre, será transmitido pelo YouTube. É a primeira vez que a corte exibe um julgamento de um réu que recorre contra sentenças do juiz Sergio Moro na Operação Lava Jato. De acordo com o TRF-4, a transmissão será através de um link aberto ao público, sem restrição de acesso. A sessão iniciará às 8h30 e deve durar, ao menos, até as 15h. A sede do órgão, em Porto Alegre, estará isolada por cordões policiais.
Os prédios públicos nas proximidades não terão expediente a partir do meiodia do dia 23, véspera do julgamento.
Mais crimes cometidos
O procurador regional da República Maurício Gotardo Gerum, que vai defender o aumento da pena de Lula durante o julgamento, afirmou ontem que não "vê razões para formalizar" pedido de prisão do ex-presidente.
Para Gerum, "em caso de condenação dos réus da referida ação penal, qualquer medida relativa ao cumprimento de pena seguirá o normal andamento da execução penal, não havendo razões para precipitá-la".
O ex-presidente apela da sentença do juiz Sergio Moro, que o condenou a nove anos e meio de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. O magistrado entendeu que o triplex no Guarujá, e suas respectivas reformas custeadas pela OAS, foram formas de pagamento de propinas de R$ 2,2 milhões ao petista.
Para a Procuradoria da República da 4ª Região, Lula cometeu um crime de corrupção para cada contrato entre a OAS e a Petrobras. Moro considerou que o ex-presidente cometeu um delito neste enquadramento.
Bretas se posiciona
O juiz federal Marcelo Bretas, responsável pelos processos da Lava Jato no Rio, criticou o senador Lindbergh Farias (PT) por "conclamar grupos de pessoas para atos de violência". O magistrado fez o comentário em seu perfil no Twitter, ao compartilhar um vídeo publicado pelo petista. "É só uma impressão ou há senadores da República conclamando grupos de pessoas para atos de violência? Não creio que isso seja um padrão racional de estado democrático de direito", escreveu.
Na terça-feira, a senadora Gleisi Hoffmann (PR) afirmou que, para prender Lula, "vai ter que matar gente".