São Paulo - Um dia depois de o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ter sido condenado em segunda instância na Justiça, o PT formalizou o anúncio do seu nome como pré-candidato a presidente da República. A presidente nacional do partido, Gleisi Hoffmann, anunciou a candidatura logo no início da reunião do Diretório Nacional do partido nesta quinta-feira.
A reunião vai contar com a participação de dois advogados, que vão falar sobre o julgamento de quarta-feira, e sobre os próximos passos no processo jurídico de Lula. "Depois, essa será uma reunião política, porque estamos lançando a pré-candidatura de Lula à presidência da República."
Lula foi condenado em segunda instância pela turma de desembargadores do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) a 12 anos e um mês de prisão, pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, no caso do tríplex do Guarujá. Com isso, foi ampliada a pena estabelecida pelo juiz Sergio Moro, que havia condenado o petista em primeira instância a nove anos e meio de reclusão.
Apesar da Lei da Ficha Limpa prever que políticos condenados em segunda instância não podem ser candidatos, a decisão do TRF-4 não tira Lula da eleição automaticamente. Uma possível impugnação da candidatura do petista cabe somente ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que deverá levar em conta o que prevê a Ficha Limpa na hora de analisar o caso do ex-presidente.
Gleisi disse que não falaria sobre a condenação, mas afirmou que a reunião era importante em virtude "do momento que estamos vivendo". Ela agradeceu o apoio dos partidos PCdoB, Psol, PSB, PDT e o PCO e também ao senador Roberto Requião (MDB), além de movimentos sociais e sindicatos do Brasil e de outros países. "Desde 2014, não via mobilização tão grande da militância. É possível consolidação da centro-esquerda para enfrentar retrocesso."
Plano B
O deputado Paulo Teixeira (PT-SP) afirmou que o Plano B do partido para a eleição também é o ex-presidente Lula, mesmo após a condenação dele em segunda instância. "O evento de hoje tem o objetivo de recuperar a democracia e inocentar Lula", disse Teixeira. "Além disso, queremos recuperar os direitos que estão sendo tirados", acrescentou.