Por Agência Brasil

Fortaleza - Após a maior chacina registrada no Ceará, a seccional da Ordem dos Advogados do Brasil do Ceará (OAB–CE) poderá entrar com pedido de intervenção federal no estado. A Ordem vai convocar para esta quarta-feira uma sessão no pleno do conselho para tratar da segurança pública do estado.

O presidente da Comissão de Segurança Pública da OAB-CE, Francisco Garisto, afirmou, neste domingo, que o pedido de intervenção poderá ser uma das deliberações.

Segundo a assessoria de imprensa do órgão, a reunião será pública e serão convidados para participar o secretário de Segurança Pública e Defesa Social do estado, André Costa, e a secretária de Justiça e Cidadania, Socorro França. A partir desta segunda, o tema também será tratado internamente.

"Temos 15 mortes por dia. Não tem isso nem na Síria ou no Iraque. No ano passado foram 5.440 mortes e, somente neste mês de janeiro, já morreram mais de 400", disse Garisto à Agência Brasil. Para a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social, foram 200 homicídios registrados no estado em janeiro.

 

Conforme Garisto, a medida deveria ter sido tomada antes mesmo da chacina. Ele acredita que mais mortes ocorrerão no estado.

Ontem à noite, a OAB-CE divulgou nota, na qual diz: "O ocorrido comprova o que a sociedade cearense já vem presenciando no seu cotidiano. Estamos vivendo um colapso na segurança pública e, a cada dia, nos tornamos reféns de atos da violência urbana, situação que se repete no interior do estado, com a presença do crime organizado desafiando o poder estatal".

A nota acrescentou que uma real mudança é necessária. "A OAB do Ceará sugere uma reforma na segurança pública, com ações planejadas, combativas, atuantes e efetivas, garantindo investimentos em políticas públicas, com equipamentos adequados, inteligência das polícias e demais ferramentas que garantam uma investigação eficaz para cada cidadão cearense."

De acordo com a Secretária de Segurança Pública, na madrugada de sábado homens armados desembarcaram de veículos e atiraram contra as pessoas que estavam em uma casa de eventos conhecida por "Forró do Gago", na Rua Madre Tereza de Calcutá, no bairro Cajazeiras, em Fortaleza. Foram confirmados 14 óbitos no local, sendo oito vítimas do sexo feminino e seis do sexo masculino.

Ontem, uma pessoa foi presa, suspeita de participação nas mortes, e um fuzil foi apreendido. Outras pessoas já foram identificadas. A polícia trabalha para prender os suspeitos, auxiliada por outros órgãos públicos.

Segundo a OAB-CE, a ação violenta foi a maior do estado do Ceará e é atribuída a disputas entre facções criminosas, já com informações de revanche.

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