Ex-presidente Michel Temer - Marcelo Camargo/Agência Brasil
Ex-presidente Michel TemerMarcelo Camargo/Agência Brasil
Por O Dia

Rio - A imigração desenfreada de venezuelanos para o Brasil, especificamente para Roraima, fugindo da crise do país, interrompeu a viagem de Carnaval do presidente Michel Temer. Hoje, o mandatário deve viajar a Roraima para uma reunião com a governadora Suely Campos, informou o Palácio do Planalto. Desde 2015, o estado com a chegada desenfreada de venezuelanos. Para se ter uma ideia, em 2017, foram registrados 17.130 pedidos de refúgio pela Polícia Federal.

Dados da Prefeitura de Boa Vista, apontam que 40 mil venezuelanos vivem hoje na cidade, o que representa mais de 10% dos 330 mil habitantes da capital. Por conta disso, autoridades do estado cobram ações e recursos do governo federal para administrar a chegada dos venezuelanos.

"Não dá para esperar o Carnaval terminar para agir. A situação é dramática. Precisamos entrar com uma forte ação federal para ajudar o estado e os municípios de Roraima", disse o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Sérgio Etchegoyen, que esteve na quinta-feira da semana passada em Boa Vista, ao lado dos ministros da Defesa, Raul Jungmann, e da Justiça, Torquato Jardim, verificando os problemas.

"O quadro lá é muito sério", prosseguiu o ministro, ao informar que a ideia do governo federal é ampliar "ainda mais fortemente" o aparato de apoio ao estado, com mais ações de saúde, como levar mais suprimento para a população, por exemplo, além do reforço das fronteiras com soldados e Polícias Federal e Rodoviária Federal, para ajudar no ordenamento da entrada dos venezuelanos, já que o estado, sozinho, não tem condições de receber tantos imigrantes, atendê-los e abrigá-los.

Segundo Etchegoyen "aliada à situação econômica já deteriorada, isso se agravou com a iniciativa da Colômbia de adotar medidas mais rígidas de entrada pela fronteira com a Venezuela", o que acabou aumentando, ainda mais o fluxo de venezuelanos para o Brasil. "Fechar fronteira não é política do Brasil", observou o ministro, segundo a Agência Estadão

Conteúdo, acrescentando que a solução é agir para dar apoio federal para aliviar a fronteira e resolver a questão humanitária.

PRESO SUSPEITO DE ATEAR FOGO EM VENEZUELANOS
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A Polícia Civil de Roraima prendeu o suspeito de atear fogo em uma família de venezuelanos, na semana passada. Ele confessou o crime e, no local da prisão, foram encontrados materiais usados no ataque, como garrafas com álcool e isqueiro.
O guianense Gordon Fowler, conhecido como Jamaica, foi preso em flagrante em um imóvel abandonado por volta das 21h, pela equipe da Delegacia Geral de Homicídio.
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Segundo a Polícia Civil, ele disse não ter nada especificamente contra as vítimas, e que teve um desentendimento com outros venezuelanos que e que acabou tendo a bicicleta roubada. O acusado disse que "tomou raiva" dos venezuelanos e decidiu se vingar.
Jamaica foi encaminhado para audiência de custódia e depois será encaminhado para a Penitenciária Agrícola de Monte Cristo.
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Nos primeiros dias deste mês, ocorreram dois ataques a venezuelanos em Roraima. O primeiro caso ocorreu na madrugada do dia 5 e as vítimas foram uma mulher e um homem que estavam dormindo na varanda de uma casa. O segundo foi na madrugada de quinta-feira seguinte em uma casa em Boa Vista onde vivem venezuelanos. Uma mulher e uma menina de 3 anos ficaram gravemente feridas, com boa parte do corpo atingida pelas chamas.
O acusado vai responder por tripla tentativa de homicídio pelo ataque que atingiu a família venezuelana. Ele também vai responder por dupla tentativa de homicídio, por um ataque anterior, que atingiu duas pessoas.
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Nos últimos meses, aumentaram os casos de conflito entre brasileiros e venezuelanos em Roraima. Os episódios de xenofobia na região preocupam a polícia.
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Pausa no Carnaval
O presidente Temer, que está no Rio de Janeiro com a família passando o feriado de Carnaval, vai direto para Boa Vista hoje por volta das 11 horas. Temer deve retornar ao Rio depois da visita, para permanecer com a família na Restinga da Marambaia.
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Além do GSI, da Defesa e da Justiça, representantes da Saúde, das Relações Exteriores, do Desenvolvimento Social, entre outros órgãos participarão da visita. "Sabemos que o sucesso do apoio vai levar a mais êxodo de venezuelanos para o Brasil. Por isso, precisamos encontrar uma forma criativa que evite isso, mas que nos permita ajudar os venezuelanos que já estão aqui", comentou Jungmann.
Uma das medidas a serem adotadas rapidamente, segundo informou o ministro, é a descentralização de venezuelanos, que serão transferidos, inicialmente para São Paulo, Paraná, Amazonas e Mato Grosso do Sul. Esta operação deverá começar a partir de meados de março.
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