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O governo federal vai criar uma força-tarefa para lidar com a imigração de venezuelanos para o Brasil e não vai impedir que refugiados do país vizinho entrem em solo brasileiro. A afirmação foi feita pelo presidente Michel Temer em Boa Vista, capital de Roraima, após reunião com a governadora do estado, Suely Campos (PP). O presidente interrompeu o recesso de Carnaval no Rio de Janeiro e viajou ao estado para tratar da crise com os refugiados venezuelanos, que a Prefeitura da cidade estima chegar a 40 mil pessoas.

O encontro entre o presidente, sua comitiva e autoridades do estado foi a portas fechadas e ocorreu no Palácio Senador Hélio Campos, sede do governo de Roraima, na manhã de ontem. Além da governadora de Roraima Suely Campos (PP), participaram da reunião a prefeita da capital Teresa Surita (PMDB), o senador Romero Jucá (PMDB), Juliano Torquato (PRB), que é prefeito de Pacaraima - cidade na fronteira -, deputados, secretários e autoridades locais.

Fizeram parte da comitiva do presidente Temer, os ministros Raul Jungman (Defesa), Torquato Jardim (Justiça), Moreira Franco (Secretaria-geral da Presidência), e o general Sergio Etchegoyen (GSI).

Ao chegar para a reunião, Temer e comitiva foram vaiados por manifestantes que aos gritos de Fora Temer protestavam contra a Reforma da Previdência e privatizações do setor elétrico e do saneamento, propostas pelo governo.

Após o encontro, o presidente fez um breve pronunciamento e não respondeu perguntas de jornalistas. De acordo com Temer, o objetivo é levar os imigrantes que estão em Roraima a outros estados brasileiros. Porém, ele não detalhou de que forma será feita a transferência dos imigrantes venezuelanos para outros estados, nem quando ela será realizada.

"A ideia é que os possa conduzir a outros estados brasileiros. Vejo que esse afluxo intenso de venezuelanos cria problemas para o estado de Roraima e vai criar para outros estados brasileiros se não tomarmos algumas medidas e providência de natureza federal", disse.

Após o discurso do presidente, o ministro da Defesa, Raul Jungmann, disse que as Forças Armadas vão duplicar os postos de controle no interior de Roraima, particularmente, entre Pacaraima e Boa Vista, que um hospital de campanha será deslocado à fronteira, e que serão construídos centros de triagem em conjunto com municípios e governo.

"Se o problema é fisicamente localizado em Roraima, ele é um problema nacional, e o presidente entendeu que nesse sentido teremos uma coordenação da ação humanitária federal que ficará ao encargo das Forças Armadas", disse Jungmann, que não disse quando o hospital será instalado.

 

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